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Indicação de Enio Marques para Agricultura irrita PMDB

Escolha de Dilma tem por objetivo apresentar um nome que aproxime o governo e a campanha da petista do setor do agronegócio

Dilma Rousseff: nome de Marques foi colocado pela presidente depois que o PMDB decidiu não apresentar mais nenhum nome ao Palácio do Planalto (Ueslei Marcelino/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 22h21.

Brasília - A indicação feita pela presidente Dilma Rousseff de que o assessor especial do ministério da Agricultura , o médico veterinário Enio Marques, será o novo ministro da Agricultura no lugar de Antonio Andrade, desencadeou nesta quarta-feira, 19, uma forte reação em setores do PMDB, contrário ao nome.

A escolha de Dilma, antecipada pelo blog de Marcelo de Moraes, do estadao.com, tem por objetivo apresentar um nome que aproxime o governo e a campanha da petista do setor do agronegócio. Marques foi sugerido pela presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), o principal elo de Dilma com empresários desta área, tradicionalmente avessa ao petismo.

O nome de Marques foi colocado pela presidente depois que o PMDB da Câmara, irritado com o atraso na reforma ministerial, decidiu não apresentar mais nenhum nome ao Palácio do Planalto para substituir os deputados da bancada que ocupam cargo no ministério, caso de Andrade e de Gastão Vieira (Turismo). Mas foram justamente os deputados pemedebistas que contestaram o nome de Marques.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que se Enio for mesmo nomeado o governo estará comprando uma briga ainda maior com a bancada do PMDB na Câmara. "Já exoneramos o sujeito uma vez, se ela o colocar como ministro, aí vai ser uma agressão ao meu partido", avisou o deputado. "Essa pessoa não representa a vontade do PMDB. Se for ele, então acontecerá um rompimento do governo com o PMDB da Câmara", ameaçou Cunha.

Além disso, a indicação foi considerada prejudicial na articulação montada pelo PT e pelo governo para atrair o PMDB de Minas Gerais para a campanha de Dilma e do petista Fernando Pimentel a governador do Estado. O presidente em exercício da legenda, deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), afirmou não conhecer as credenciais do novo indicado, mas criticou a escolha. "A presidente está conseguindo um feito difícil: montar todos os seus ministérios sem nenhum mineiro como titular. De certo ela não está precisando de votos em Minas, deve achar que vai tirar a diferença no Rio Grande do Sul", disse Saraiva Felipe. E finalizou: "Isso é só mais um sintoma do prestígio que ela tem por Minas".

A escolha por Marques contempla, entre outros, o desejo da senadora ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO), que já defendia o nome do futuro ministro para cargos estratégicos no governo desde quando ele ainda comandava a Secretaria de Defesa Agropecuária. Kátia informou que só vai se pronunciar depois que ele assumir a Pasta. Em agosto do ano passado, Marques foi exonerado da Secretaria após forte pressão do PMDB, que conseguiu substituí-lo pelo advogado Rodrigo Figueiredo. Na época, houve reação do setor agropecuário, mas peemedebistas ficaram satisfeitos com o novo nome.

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Brasília - A indicação feita pela presidente Dilma Rousseff de que o assessor especial do ministério da Agricultura , o médico veterinário Enio Marques, será o novo ministro da Agricultura no lugar de Antonio Andrade, desencadeou nesta quarta-feira, 19, uma forte reação em setores do PMDB, contrário ao nome.

A escolha de Dilma, antecipada pelo blog de Marcelo de Moraes, do estadao.com, tem por objetivo apresentar um nome que aproxime o governo e a campanha da petista do setor do agronegócio. Marques foi sugerido pela presidente da Confederação Nacional da Agricultura, senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), o principal elo de Dilma com empresários desta área, tradicionalmente avessa ao petismo.

O nome de Marques foi colocado pela presidente depois que o PMDB da Câmara, irritado com o atraso na reforma ministerial, decidiu não apresentar mais nenhum nome ao Palácio do Planalto para substituir os deputados da bancada que ocupam cargo no ministério, caso de Andrade e de Gastão Vieira (Turismo). Mas foram justamente os deputados pemedebistas que contestaram o nome de Marques.

O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que se Enio for mesmo nomeado o governo estará comprando uma briga ainda maior com a bancada do PMDB na Câmara. "Já exoneramos o sujeito uma vez, se ela o colocar como ministro, aí vai ser uma agressão ao meu partido", avisou o deputado. "Essa pessoa não representa a vontade do PMDB. Se for ele, então acontecerá um rompimento do governo com o PMDB da Câmara", ameaçou Cunha.

Além disso, a indicação foi considerada prejudicial na articulação montada pelo PT e pelo governo para atrair o PMDB de Minas Gerais para a campanha de Dilma e do petista Fernando Pimentel a governador do Estado. O presidente em exercício da legenda, deputado Saraiva Felipe (PMDB-MG), afirmou não conhecer as credenciais do novo indicado, mas criticou a escolha. "A presidente está conseguindo um feito difícil: montar todos os seus ministérios sem nenhum mineiro como titular. De certo ela não está precisando de votos em Minas, deve achar que vai tirar a diferença no Rio Grande do Sul", disse Saraiva Felipe. E finalizou: "Isso é só mais um sintoma do prestígio que ela tem por Minas".

A escolha por Marques contempla, entre outros, o desejo da senadora ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO), que já defendia o nome do futuro ministro para cargos estratégicos no governo desde quando ele ainda comandava a Secretaria de Defesa Agropecuária. Kátia informou que só vai se pronunciar depois que ele assumir a Pasta. Em agosto do ano passado, Marques foi exonerado da Secretaria após forte pressão do PMDB, que conseguiu substituí-lo pelo advogado Rodrigo Figueiredo. Na época, houve reação do setor agropecuário, mas peemedebistas ficaram satisfeitos com o novo nome.

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