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Indenização de vítima do Bateau Mouche some de banco

Caixa Econômica Federal iniciou apuração para verificar o que de fato ocorreu

Guindaste resgata o barco Bateau Mouche IV, na Baía de Guanabara (VEJA)

Guindaste resgata o barco Bateau Mouche IV, na Baía de Guanabara (VEJA)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 09h37.

Rio de Janeiro - Após 22 anos à espera da indenização da União pela morte de Mari Lúcia Leonel - uma das vítimas do naufrágio do Bateau Mouche em dezembro de 1988 -, seu pai, Camilo Francisco, e suas irmãs, Zenaide e Maria Helena, descobriram que a conta 00641379-6 da Caixa Econômica Federal, onde o dinheiro foi depositado, está zerada.

Os R$ 254 mil haviam sido liberados em abril, mas não puderam ser sacados, porque se destinavam à mãe das três, Therezinha Maria Leonel, que morreu em julho de 2008, aos 79 anos, em dificuldades financeiras para sustentar um tratamento do câncer. Antes da nova ordem da Justiça para liberar o dinheiro para os herdeiros da idosa, alguém o sacou ilegalmente.

Em abril de 2010, depois de tentarem, sem sucesso, sacar a indenização, Camilo e as filhas receberam orientação para abrir um inventário da quantia devida pela União a Therezinha (Camilo já recebera sua parte, metade do total concedido). Foram mais sete meses até que, em 6 de dezembro, munida do alvará judicial, Zenaide, inventariante do espólio, foi à Caixa e descobriu o crime. O dinheiro sumira da conta registrada em uma agência de Copacabana da CEF.

A Caixa, por meio de uma nota oficial, informou que ao receber a denúncia do saque irregular “comunicou aos reclamantes os trâmites legais a serem observados em casos dessa natureza” e também “adotou os procedimentos de contestação de saque e abriu processo de apuração para verificar o que de fato ocorreu”. A nota fala em 60 dias para se saber o resultado da investigação. Confirmada a fraude, a Caixa informou que efetuará o “ressarcimento a quem for de direito”.

Conivência

O advogado da família Leonel, Leonardo Amarante, desconfia de conivência. “Não consigo entender como alguém pôde sacar esse dinheiro sem conivência de alguém da própria Caixa Econômica e do Tribunal de Justiça do Rio, que emitiu o precatório”, desabafou ontem o advogado que defende a família Leonel.

O próprio Amarante, para sacar os honorários, viu-se obrigado a cumprir diversas exigências da CEF. “Fizeram mil exigências, em especial para quem estava com procuração. Tinha de ser procuração com poderes específicos e firma reconhecida no máximo uma semana antes”, acrescenta o advogado, para mostrar sua surpresa ao descobrir a conta da cliente zerada, sem que ninguém soubesse dizer até ontem o responsável pelo saque.

No dia 9, as duas irmãs e um advogado estiveram na Procuradoria da República do Rio para registrar queixa e pedir providências. Segundo elas, os gerentes da agência na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, 861, em Copacabana, zona sul do Rio, não apresentaram nenhum documento explicando como foi feito o saque. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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