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Impeachment não tem base jurídica, diz Dilma em entrevista

A presidente Dilma voltou a afirmar que está sendo vítima de um golpe e que não há razão para ela sofrer um impeachment

A presidente Dilma Rouseff: Dilma disse que há dois anos é investigada e que nada contra ele foi provado até agora (Roberto Stuckert Filho/PR/Fotos Públicas)
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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 23h37.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que está sendo vítima de um golpe e que não há razão para ela sofrer um impeachment .

Em entrevista à rede de televisão venezuelana Telesur, Dilma disse que há dois anos é investigada e que nada contra ele foi provado até agora. "Podem continuar me investigando", declarou.

Boa parte da entrevista foi usada por Dilma para explicar os argumentos por trás do processo de impeachment, que são as chamadas pedaladas fiscais. A presidente disse que se trata de uma questão orçamentária. "O orçamento não é base para afastar um presidente da condição de chefe do Executivo", defendeu-se. "Não há base jurídica" para o impeachment, acrescentou.

Segundo Dilma, no parlamentarismo é possível afastar um presidente por questões políticas, por falta de confiança, mas "no presidencialismo isso não existe". "Me sinto injustiçada", afirmou a presidente, completando em seguida que no presidencialismo "não há lugar para juízo político".

Na visão de Dilma, o momento vivido agora pela política no Brasil tem raízes nas eleições presidenciais de 2014. "Desde o princípio do meu mandato a oposição ficou infeliz por ter perdido", disse, afirmando que, como resultado, os oposicionistas vêm tentando alcançar o governo por outras vias além da eleitoral.

Perguntada sobre os movimentos que vêm sendo feitos pelo vice-presidente Michel Temer para preparar um novo governo caso seja realmente afastada, a presidente disse que enxerga ilegitimidade. "O programa de governo que ele pretende implementar é o que foi derrotado nas urnas. Ele só é vice-presidente porque nós derrotamos esse plano nas urnas em 2014", declarou.

Dilma também foi questionada sobre a inclusão da atual crise política do Brasil no contexto da América Latina, onde outros governos considerados de esquerda também têm sofrido pressão. A presidente afirmou que o continente tem visto golpes contra processos de inclusão social e relacionou o momento de fragilidade desses governos à crise econômica gerada dentro do capitalismo, em 2008. "Essa crise começou nos países desenvolvidos", disse.

A presidente também foi perguntada sobre a participação das empresas de comunicação na crise política brasileira e afirmou que o problema no Brasil é que e a imprensa é oligopolizada.

Dilma reforçou acreditar que o impeachment não será consumado. "Minha expectativa é de que o golpe não se consuma. Aceitamos a democracia e as regras dela. Vamos lutar dentro dessas regras", finalizou.

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São Paulo - A presidente Dilma Rousseff voltou a afirmar que está sendo vítima de um golpe e que não há razão para ela sofrer um impeachment .

Em entrevista à rede de televisão venezuelana Telesur, Dilma disse que há dois anos é investigada e que nada contra ele foi provado até agora. "Podem continuar me investigando", declarou.

Boa parte da entrevista foi usada por Dilma para explicar os argumentos por trás do processo de impeachment, que são as chamadas pedaladas fiscais. A presidente disse que se trata de uma questão orçamentária. "O orçamento não é base para afastar um presidente da condição de chefe do Executivo", defendeu-se. "Não há base jurídica" para o impeachment, acrescentou.

Segundo Dilma, no parlamentarismo é possível afastar um presidente por questões políticas, por falta de confiança, mas "no presidencialismo isso não existe". "Me sinto injustiçada", afirmou a presidente, completando em seguida que no presidencialismo "não há lugar para juízo político".

Na visão de Dilma, o momento vivido agora pela política no Brasil tem raízes nas eleições presidenciais de 2014. "Desde o princípio do meu mandato a oposição ficou infeliz por ter perdido", disse, afirmando que, como resultado, os oposicionistas vêm tentando alcançar o governo por outras vias além da eleitoral.

Perguntada sobre os movimentos que vêm sendo feitos pelo vice-presidente Michel Temer para preparar um novo governo caso seja realmente afastada, a presidente disse que enxerga ilegitimidade. "O programa de governo que ele pretende implementar é o que foi derrotado nas urnas. Ele só é vice-presidente porque nós derrotamos esse plano nas urnas em 2014", declarou.

Dilma também foi questionada sobre a inclusão da atual crise política do Brasil no contexto da América Latina, onde outros governos considerados de esquerda também têm sofrido pressão. A presidente afirmou que o continente tem visto golpes contra processos de inclusão social e relacionou o momento de fragilidade desses governos à crise econômica gerada dentro do capitalismo, em 2008. "Essa crise começou nos países desenvolvidos", disse.

A presidente também foi perguntada sobre a participação das empresas de comunicação na crise política brasileira e afirmou que o problema no Brasil é que e a imprensa é oligopolizada.

Dilma reforçou acreditar que o impeachment não será consumado. "Minha expectativa é de que o golpe não se consuma. Aceitamos a democracia e as regras dela. Vamos lutar dentro dessas regras", finalizou.

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