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Impeachment abre janela para reverter crise de confiança

A avaliação é do analista político e econômico da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez

Impeachment: "Mas PMDB e PSDB vão ter que dar uma resposta a essa crise", disse Cortez (Ananda Borges/ Câmara dos Deputados)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de abril de 2016 às 18h25.

São Paulo - A aprovação do relatório de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo, 17, no Plenário da Câmara, abre uma janela de oportunidade com capacidade de reverter a crise de confiança dos agentes econômicos.

A avaliação é do analista político e econômico da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez.

No entanto, ele chama atenção para alguns pontos contrários, inerentes ao ambiente político.

Do lado favorável, a continuidade do atual governo pelo vice-presidente Michel Temer oferece, na visão de Cortez, um desgaste político menor do que seria registrado se a presidente Dilma permanecesse no cargo.

Todavia, se a oposição a um possível governo Temer, que começou a se formar a partir da votação de ontem, não foi suficiente para barrar o processo de impeachment, o apoio que levou à aprovação do processo pode ser insuficiente para garantir base de apoio ao vice-presidente.

E isso ocorre, em grande parte, por conta de denúncias envolvendo Temer em supostos atos de corrupção no âmbito da Lava Jato. Também contribui para fragilizar o apoio a ligação de Temer com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Mas PMDB e PSDB vão ter que dar uma resposta a essa crise", disse Cortez, para quem há também certa dificuldade de se fazer oposição mais acirrada ao governo por causa dos incentivos financeiros.

O problema, na avaliação do analista político, não será a falta de partidos se alinhando para dar suporte à recuperação da economia, mas a agenda que contempla a redução dos gastos públicos e menos repasses para obras em ano de eleição.

Isso, se a Lava Jato continuar atuando sobre um governo sem a legitimidade do voto, pode limitar a execução de uma agenda reformista.

Outro ponto considerado por Cortez é o fato de que o eventual governo Temer, embora de transição, não conseguirá o mesmo sucesso do governo Itamar Franco.

Itamar, segundo o analista da Tendências, conseguiu maior apoio do que Temer poderá ter porque, entre outras coisas, na época não existia o instrumento da reeleição.

E aí se sobressai a relação ambígua de quem será o protagonista do processo sucessório.

"Temer não tem um Plano Real (como Itamar Franco teve), que derrubou a inflação e trouxe um ganho para a renda da população muito grande", pontuou Cortez.

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São Paulo - A aprovação do relatório de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff no domingo, 17, no Plenário da Câmara, abre uma janela de oportunidade com capacidade de reverter a crise de confiança dos agentes econômicos.

A avaliação é do analista político e econômico da Tendências Consultoria Integrada, Rafael Cortez.

No entanto, ele chama atenção para alguns pontos contrários, inerentes ao ambiente político.

Do lado favorável, a continuidade do atual governo pelo vice-presidente Michel Temer oferece, na visão de Cortez, um desgaste político menor do que seria registrado se a presidente Dilma permanecesse no cargo.

Todavia, se a oposição a um possível governo Temer, que começou a se formar a partir da votação de ontem, não foi suficiente para barrar o processo de impeachment, o apoio que levou à aprovação do processo pode ser insuficiente para garantir base de apoio ao vice-presidente.

E isso ocorre, em grande parte, por conta de denúncias envolvendo Temer em supostos atos de corrupção no âmbito da Lava Jato. Também contribui para fragilizar o apoio a ligação de Temer com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Mas PMDB e PSDB vão ter que dar uma resposta a essa crise", disse Cortez, para quem há também certa dificuldade de se fazer oposição mais acirrada ao governo por causa dos incentivos financeiros.

O problema, na avaliação do analista político, não será a falta de partidos se alinhando para dar suporte à recuperação da economia, mas a agenda que contempla a redução dos gastos públicos e menos repasses para obras em ano de eleição.

Isso, se a Lava Jato continuar atuando sobre um governo sem a legitimidade do voto, pode limitar a execução de uma agenda reformista.

Outro ponto considerado por Cortez é o fato de que o eventual governo Temer, embora de transição, não conseguirá o mesmo sucesso do governo Itamar Franco.

Itamar, segundo o analista da Tendências, conseguiu maior apoio do que Temer poderá ter porque, entre outras coisas, na época não existia o instrumento da reeleição.

E aí se sobressai a relação ambígua de quem será o protagonista do processo sucessório.

"Temer não tem um Plano Real (como Itamar Franco teve), que derrubou a inflação e trouxe um ganho para a renda da população muito grande", pontuou Cortez.

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