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Imóveis de Santos seriam usados para lavar dinheiro

O Ministério Público investiga se a quadrilha de auditores fiscais comprou imóveis no litoral paulista para lavar dinheiro de propina recebida de construtoras


	Prédios em construção na Ponta da Praia, em Santos: o que chamou a atenção na investigação foi um depósito de R$ 204 mil
 (Mario Rodrigues/VEJA SP)

Prédios em construção na Ponta da Praia, em Santos: o que chamou a atenção na investigação foi um depósito de R$ 204 mil (Mario Rodrigues/VEJA SP)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2013 às 08h03.

São Paulo - O Ministério Público Estadual (MPE) investiga se a quadrilha de auditores fiscais comprou imóveis no litoral paulista para lavar dinheiro de propina recebida de construtoras.

O promotor Roberto Victor Anelli Bodini oficiou o proprietário da empresa Miramar Empreendimentos Imobiliários, Armenio Mendes, para que ele fosse ouvido pelo núcleo do MPE em Santos para esclarecer transações bancárias com a empresa.

O que chamou a atenção na investigação foi um depósito de R$ 204 mil no nome da empresa, feito por Ronilson Bezerra Rodrigues, auditor fiscal suspeito de chefiar o esquema de fraude do Imposto Sobre Serviços (ISS).

Outra movimentação, descoberta pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), foi um depósito feito pelo auditor fiscal Eduardo Horle Barcelos para a empresa Vistamar Empreendimentos Imobiliários. A transação é ainda maior, de R$ 264 mil.

Tanto a Miramar quanto a Vistamar fazem parte do Grupo Mendes, que atua com imóveis no litoral há cerca de 30 anos. A reportagem não localizou ontem, 10, o proprietário para comentar sobre os depósitos.

Segundo a apuração do MPE, Barcelos tem cinco salas comerciais em um prédio na Rua Alexandre Herculano, em Santos. Os imóveis, avaliados em R$ 2,7 milhões, também são de propriedade de Rodrigues, segundo a investigação.

Também na cidade, Barcelos tem um apartamento na Rua Rei Alberto I, avaliado em R$ 700 mil, e outro na Avenida Almirante Saldanha da Gama, avaliado em R$ 1,2 milhão. Uma das suspeitas é de que o grupo comprasse apartamentos na planta e os revendessem antes de os imóveis ficarem prontos. Dessa forma, lavariam o dinheiro da propina. Por mês, cada fiscal conseguia cerca de R$ 280 mil.


Capital. A maioria do patrimônio dos apontados como membros da quadrilha é na cidade de São Paulo. No entanto, as investigações apontam que eles também investiam em imóveis em outros Estados.

Rodrigues tem três apartamentos em Juiz de Fora, em Minas. Dois deles são avaliados em R$ 750 mil cada. Um terceiro não teve o valor estimado na investigação. A apuração também quer saber se ele era dono de fazendas em Minas. Rodrigues é ainda proprietário de um apartamento em Jacarepaguá, no Rio.

A apuração encontrou R$ 80 milhões em patrimônio do núcleo do bando. O levantamento não inclui outros fiscais que passaram a ser investigados.

A polícia de Miami já confirmou aos responsáveis pela investigação que Magalhães também tinha uma conta no Israel Discount Bank. Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão em um apartamento dele, a polícia achou um cartão do banco.

A instituição já chegou a ser investigada em apurações de lavagem de dinheiro. Trata-se de um banco que atende, principalmente, sua clientela pela internet.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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