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"Idioma não vai atrapalhar", diz venezuelano do Mais Médicos

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse aos estrangeiros que eles serão decisivos para garantir o atendimento universal pelo SUS


	Médicos estrangeiros: “O mesmo que fazemos em outros países faremos aqui e a língua não vai atrapalhar, a medida que começarmos trabalhar vamos desenvolvendo melhor a língua”, diz o venezuelano Manoel da Cruz
 (Elza Fiuza/ABr)

Médicos estrangeiros: “O mesmo que fazemos em outros países faremos aqui e a língua não vai atrapalhar, a medida que começarmos trabalhar vamos desenvolvendo melhor a língua”, diz o venezuelano Manoel da Cruz (Elza Fiuza/ABr)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2013 às 17h26.

Brasília – Em oito capitais, teve início o curso de preparação para os médicos estrangeiros que vão trabalhar no programa Mais Médicos. Durante três semanas, os profissionais terão aulas em universidades públicas federais sobre saúde pública, com foco no Sistema Único de Saúde (SUS), e de língua portuguesa.

Para o médico venezuelano Manoel da Cruz, a diferença de idiomas não irá atrapalhar o atendimento à população. “O mesmo que fazemos em outros países faremos aqui e a língua não vai atrapalhar, a medida que começarmos trabalhar vamos desenvolvendo melhor a língua”, disse. Ele tem cinco anos de experiência na profissão e, mesmo sabendo das críticas das entidades médicas brasileiras à contratação dos estrangeiros, diz que chega ao Brasil com boa expectativa.

A médica cubana Adela Fernandez também espera levar atendimento a quem não tem acesso. Ela conta que já trabalhou em um programa com um professor universitário da Paraíba e por meio dele teve informações sobre o sistema de saúde brasileiro e as doenças mais frequentes nas regiões pobres. Ela relata que tem familiaridade com o português.

“Cuba tem muito médico, prestamos atendimentos a vários países do mundo inclusive o Brasil. Sou especialista em medicina geral integral faz 16 anos, já trabalhei na fronteira de Angola, na África, por isso falo um pouco português”, disse Adela Fernandez.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do início dos trabalhos, na capital federal, e disse aos estrangeiros que eles serão decisivos para garantir o atendimento universal pelo SUS.

“O Brasil tem o grande desafio de levar saúde pública universal e gratuita para toda sua população. Não consolidamos esse desafio ainda. Estamos com 25 anos ainda do nosso sistema público de saúde, há uma longa caminhada e vocês estão sendo um passo decisivo nessa caminhada. O Mais Médicos é um passo ousado, corajoso, por isso que tem polêmicas, debate”, disse.


Inicialmente, 522 médicos formados no exterior haviam confirmado participação no primeiro mês de seleção individual do Mais Médicos. Posteriormente, mais 37 profissionais completaram a confirmação de inscrição e os médicos com diploma estrangeiro somam 559.

Desse total, apenas 282 médicos formados no exterior conseguiram entregar toda a documentação necessária a tempo e estão no módulo de acolhimento, conforme o Ministério da Saúde. Além deles, 400 médicos cubanos também participam. Eles foram contratados por meio de um acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

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