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Human Rights Watch mostra preocupação com eleição de Bolsonaro

Organização de direitos humanos vai monitorar de perto desdobramentos do governo de Bolsonaro a partir de 2019

Jair Bolsonaro, eleito presidente do Brasil: organização internacional vai monitorar direitos humanos (Paulo Whitaker/Reuters)

Guilherme Dearo

Publicado em 28 de outubro de 2018 às 23h23.

São Paulo - A organização internacional Human Rights Watch, que monitora os direitos humanos em todo o mundo, mostrou preocupação com a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), a quem chama de "pró-tortura" (Bolsonaro elogia abertamente Carlos Alberto Brilhante Ustra, torturador da Ditadura condenado), e diz que acompanhará de perto os desdobramentos no País.

A organização diz que o judiciário brasileiro e outras instituições fundamentais devem lutar para garantir a proteção dos direitos humanos no país. "O Brasil tem juízes independentes, procuradores comprometidos, defensores públicos, repórteres corajosos e uma sociedade civil vibrante. Nós nos juntaremos a eles para se posicionar contra qualquer tentativa de erodir as instituições de direito e democráticas no Brasil, que o país, a custo de muita dor, conseguiu construir nas últimas três décadas", disse Miguel Vivanco, diretor do Human Rights Watch para a América.

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A organização lembrou os casos de violência, a grande maioria vinda de apoiadores do PSL, vitimando negros, gays e transsexuais. Também foram lembrados os 140 casos de jornalistas ameaçados durante a cobertura das eleições 2018.

O Human Rights Watch listou as preocupantes falas de Bolsonaro que demonstram pouco compromisso com a democracia: ele disse que fuzilaria apoiadores do PT, que prenderia ou mandaria exilar pessoas de esquerda, que não aceitaria nenhum outro resultado além de sua vitória e que o erro da Ditadura Militar fora ter torturado em vez de matado. Também lembram que seu vice, um general, disse que poderia haver um "auto golpe".

"O Human Rights Watch vai acompanhar de perto a retórica e ações do governo Bolsonaro. Vamos continuar com nossa pesquisa e ativismo rigorosos e independentes, como temos feito no Brasil nas últimas décadas", disse Miguel Vivanco.

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