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Hotéis estarão prontos para Copa, dizem empresários

Projetos estão em andamento para aumentar a oferta de quartos e abrigar os 600 mil turistas estrangeiros

A linha de crédito ProCopa Turismo tem um bilhão de reais destinado à construção e ampliação de hotéis localizados nas 12 cidades-sede da Copa (Jcsalmon/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de julho de 2011 às 14h43.

São Paulo - A preocupação sobre o cumprimento de prazos envolvendo estádios e aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 passa longe do setor hoteleiro, também diretamente envolvido nos preparativos para o campeonato mundial de futebol. De acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), vários projetos estão em andamento para aumentar a oferta de quartos e a rede hoteleira do País será capaz de abrigar os 600 mil turistas estrangeiros esperados para o evento, além dos torcedores brasileiros.

O governo federal criou em 2010, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha de crédito ProCopa Turismo, com R$ 1 bilhão destinado à construção e ampliação de hotéis em todo o País e condições especiais para empreendimentos localizados nas 12 cidades-sede da Copa. Um balanço de junho, do BNDES, aponta que R$ 211 milhões já foram aprovados para financiar a expansão da rede hoteleira e R$ 132,7 milhões estão em análise.

Entre os financiamentos aprovados, só há hotéis da Região Sudeste. Os demais pedidos são de empresas do Nordeste e do Sudeste. Juntas, as duas regiões têm sete cidades-sede. Embora abriguem as demais cinco sedes, as regiões Centro-Oeste, Norte e Sul não figuram na lista de solicitações ao BNDES.

Para o presidente da ABIH, Enrico Fermi Torquato, a linha de crédito do BNDES está voltada ao grande empresário, que na maioria dos casos investe em redes localizadas no Nordeste e no Sudeste. Ele cita como exemplo o financiamento da reforma do Hotel Glória, na zona sul do Rio, adquirido pelo empresário Eike Batista, maior bilionário brasileiro. O BNDES liberou R$ 146,5 milhões para o hotel. "O médio empresário tem dificuldade de ter acesso ao crédito por conta das garantias exigidas", afirma Torquato, ao lembrar que o banco impõe como condição de garantia de 110% do valor do empréstimo.

A mesma opinião tem a FBHA. Segundo o presidente da entidade, Alexandre Sampaio, por conta de maus negócios no passado envolvendo o setor hoteleiro, o BNDES passou a ser mais cauteloso nas questões de garantia para hotéis. "Aqueles que investem no Nordeste e no Sudeste são grandes grupos internacionais que têm mais possibilidade de garantir essas exigências. Nas outras regiões há grupos médios, sem tantas condições", diz.

No ProCopa, o BNDES financia projetos nas cidades-sede e capitais a partir de R$ 3 milhões. O BNDES também oferece ao empresário extensão do prazo para o pagamento caso o empreendimento obtenha certificados do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para construções sustentáveis e com eficiência energética.


Fifa

As duas associações avaliam que não haverá falta de quartos nas cidades brasileiras escolhidas para receber os jogos da Copa. Sampaio diz que hoje, pelos critérios da Fifa, já não há déficit de vagas nas 12 sedes. "A Fifa exige uma reserva de quartos de 30% da capacidade do estádio da cidade, e todas as sedes atingem essa exigência." Além disso, os eventos não relacionados à Copa vão naturalmente diminuir nestes municípios na época do mundial, o que deixará mais quartos à disposição dos torcedores. "As empresas vão evitar mandar funcionários para as cidades da Copa e os turistas que não procuram o mundial vão evitar esses destinos por causa dos preços mais altos", explica.

Para Torquato, da ABIH, os maiores gargalos hoje são verificados em Recife e no Rio, mas boa parte da rede hoteleira dessas capitais recorreu a programas oferecidos desde o ano passado pelas prefeituras para ampliar o número de quartos. De acordo com ele, as iniciativas locais oferecem melhores condições de financiamento para o empresário do que a linha do BNDES.

Cidades próximas às sedes também poderão suprir a demanda por hotéis, como Goiânia, que fica a cerca de 200 quilômetros de Brasília. Segundo Torquato, essa busca por cidades próximas foi verificada nas Copas do Mundo da Alemanha e da África do Sul. "Estamos muito bem servidos com hotelaria. Teremos crescimento nos próximos anos não apenas por conta da Copa, e sim por causa do aumento do mercado interno", diz.

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São Paulo - A preocupação sobre o cumprimento de prazos envolvendo estádios e aeroportos para a Copa do Mundo de 2014 passa longe do setor hoteleiro, também diretamente envolvido nos preparativos para o campeonato mundial de futebol. De acordo com a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) e a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), vários projetos estão em andamento para aumentar a oferta de quartos e a rede hoteleira do País será capaz de abrigar os 600 mil turistas estrangeiros esperados para o evento, além dos torcedores brasileiros.

O governo federal criou em 2010, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a linha de crédito ProCopa Turismo, com R$ 1 bilhão destinado à construção e ampliação de hotéis em todo o País e condições especiais para empreendimentos localizados nas 12 cidades-sede da Copa. Um balanço de junho, do BNDES, aponta que R$ 211 milhões já foram aprovados para financiar a expansão da rede hoteleira e R$ 132,7 milhões estão em análise.

Entre os financiamentos aprovados, só há hotéis da Região Sudeste. Os demais pedidos são de empresas do Nordeste e do Sudeste. Juntas, as duas regiões têm sete cidades-sede. Embora abriguem as demais cinco sedes, as regiões Centro-Oeste, Norte e Sul não figuram na lista de solicitações ao BNDES.

Para o presidente da ABIH, Enrico Fermi Torquato, a linha de crédito do BNDES está voltada ao grande empresário, que na maioria dos casos investe em redes localizadas no Nordeste e no Sudeste. Ele cita como exemplo o financiamento da reforma do Hotel Glória, na zona sul do Rio, adquirido pelo empresário Eike Batista, maior bilionário brasileiro. O BNDES liberou R$ 146,5 milhões para o hotel. "O médio empresário tem dificuldade de ter acesso ao crédito por conta das garantias exigidas", afirma Torquato, ao lembrar que o banco impõe como condição de garantia de 110% do valor do empréstimo.

A mesma opinião tem a FBHA. Segundo o presidente da entidade, Alexandre Sampaio, por conta de maus negócios no passado envolvendo o setor hoteleiro, o BNDES passou a ser mais cauteloso nas questões de garantia para hotéis. "Aqueles que investem no Nordeste e no Sudeste são grandes grupos internacionais que têm mais possibilidade de garantir essas exigências. Nas outras regiões há grupos médios, sem tantas condições", diz.

No ProCopa, o BNDES financia projetos nas cidades-sede e capitais a partir de R$ 3 milhões. O BNDES também oferece ao empresário extensão do prazo para o pagamento caso o empreendimento obtenha certificados do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para construções sustentáveis e com eficiência energética.


Fifa

As duas associações avaliam que não haverá falta de quartos nas cidades brasileiras escolhidas para receber os jogos da Copa. Sampaio diz que hoje, pelos critérios da Fifa, já não há déficit de vagas nas 12 sedes. "A Fifa exige uma reserva de quartos de 30% da capacidade do estádio da cidade, e todas as sedes atingem essa exigência." Além disso, os eventos não relacionados à Copa vão naturalmente diminuir nestes municípios na época do mundial, o que deixará mais quartos à disposição dos torcedores. "As empresas vão evitar mandar funcionários para as cidades da Copa e os turistas que não procuram o mundial vão evitar esses destinos por causa dos preços mais altos", explica.

Para Torquato, da ABIH, os maiores gargalos hoje são verificados em Recife e no Rio, mas boa parte da rede hoteleira dessas capitais recorreu a programas oferecidos desde o ano passado pelas prefeituras para ampliar o número de quartos. De acordo com ele, as iniciativas locais oferecem melhores condições de financiamento para o empresário do que a linha do BNDES.

Cidades próximas às sedes também poderão suprir a demanda por hotéis, como Goiânia, que fica a cerca de 200 quilômetros de Brasília. Segundo Torquato, essa busca por cidades próximas foi verificada nas Copas do Mundo da Alemanha e da África do Sul. "Estamos muito bem servidos com hotelaria. Teremos crescimento nos próximos anos não apenas por conta da Copa, e sim por causa do aumento do mercado interno", diz.

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