Acompanhe:

Haitianos ameaçam sequestrar representante do Acre

“Eles dizem que, se até segunda-feira [17] a Polícia Federal não começar a emitir os vistos [de entrada no país] vão me amarrar em uma árvore”, relatou Damião

Modo escuro

Continua após a publicidade
Haitianos em Brasileia, no Acre: o custo diário com comida para os 200 haitianos chega a R$ 4,8 mil (Marcello Casal Jr./ABr)

Haitianos em Brasileia, no Acre: o custo diário com comida para os 200 haitianos chega a R$ 4,8 mil (Marcello Casal Jr./ABr)

M
Marcos Chagas

Publicado em 14 de setembro de 2012 às, 18h37.

Brasília - A chegada quase que diária de haitianos a Brasileia, no Acre, aumentou a tensão dos imigrantes ilegais que já ameaçam manter sob cárcere privado o representante do governo do estado responsável por prestar ajuda humanitária, Damião Borges. De 35 haitianos, alojados em 19 de agosto, o número passou hoje (14) para 216.

“Eles dizem que, se até segunda-feira [17] a Polícia Federal não começar a emitir os vistos [de entrada no país] vão me amarrar em uma árvore”, relatou Damião à Agência Brasil.

Com um dívida de R$ 110 mil com a empresa fornecedora dos alimentos para as três refeições diárias dos imigrantes ilegais, ontem (13) foi suspenso o serviço. Damião Borges disse que, nessa quinta-feira já não foi servido o jantar. “Nós não aguentamos mais”, desabafou o funcionário.

O custo diário com comida para os 200 haitianos chega a R$ 4,8 mil. Cada marmita é vendida ao preço de R$ 8 pela empresa fornecedora. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos encaminhou nesta semana mais 100 colchões para acomodá-los.

Segundo ele, está clara a presença de incitadores entre os haitianos para forçar um posicionamento do governo brasileiro sobre a regularização dos documentos de entrada no país. Damião não descarta a possibilidade de presença de “coiotes” (atravessadores) entre essas pessoas.

Outra reclamação do representante da Secretaria de Justiça é a falta de policiamento na fronteira para impedir a entrada dos haitianos. Eles entram por dois pontos que ligam a cidade brasileira a Cobija, na Bolívia, de táxis.

“Os taxistas bolivianos têm deixado os haitianos na porta da casa que serve de alojamento ou na porta da minha casa”, disse Damião.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, informou que já encaminhou à Secretaria Nacional de Justiça ofício relatando a situação. “Os haitianos estão no limite de estresse, a espera deles já vai para 150 dias. Nós compreendemos isso, mas não vamos aceitar [qualquer ato de violência]”.

Ele disse que negocia com o Ministério do Desenvolvimento Social o fornecimento de alimentos para manter a ajuda humanitária, mas destacou que não tem como esperar “por dez dias” uma decisão de Brasília.

Últimas Notícias

Ver mais
Haiti enfrenta situação de caos, alerta ONU
Mundo

Haiti enfrenta situação de caos, alerta ONU

Há 17 horas

Justiça dos EUA mantém suspensa a aplicação da lei anti-imigração do Texas
Mundo

Justiça dos EUA mantém suspensa a aplicação da lei anti-imigração do Texas

Há um dia

França fretará helicópteros para retirar cidadãos do Haiti
Mundo

França fretará helicópteros para retirar cidadãos do Haiti

Há 3 dias

Justiça dos EUA volta a suspender aplicação de lei do Texas que permite prender imigrantes
Mundo

Justiça dos EUA volta a suspender aplicação de lei do Texas que permite prender imigrantes

Há uma semana

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais