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Hage diz que não pretende ficar na CGU

O ministro defendeu maior controle de estatais

Jorge Hage: ele defendeu a ampliação do sistema de controle interno do Poder Executivo considerado por ele como "incompleto" (Antonio Cruz/ABr)
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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 12h51.

Brasília - O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União ( CGU ), Jorge Hage, considerou nesta segunda-feira, 08, que é necessário trazer as empresas estatais, sobretudo as de economia mista, para o foco de controle interno do Poder Executivo.

O ministro também anunciou que não pretende ficar no cargo no próximo ano e que já teria entregado a carta de demissão à presidente Dilma Rousseff (PT).

Hage participou na manhã desta segunda-feira em Brasília de evento de abertura do Dia Internacional contra a Corrupção ao lado de representantes do Ministério Público Federal, entre outras autoridades.

"É preciso trazer as estatais para o foco do controle porque atualmente elas têm sistema de licitações próprio, no caso da Petrobras, não utilizam o sistema corporativo do governo, o que faz com que fique fora do alcance dessas atividades", ressaltou o ministro após a palestra.

No discurso, Hage defendeu a ampliação do sistema de controle interno do Poder Executivo considerado por ele como "incompleto".

"Essa ampliação e complementação do sistema demanda, é certo, uma decisão política de investir mais em controle e prevenção da corrupção, com uma mudança de patamar nas dimensões do sistema de controle, hoje ainda acanhado e limitado", ressaltou o ministro.

Ao falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, Hage afirmou que a CGU pediu formalmente ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações, a planilha de obras públicas de outros setores além da Petrobras que também seriam alvo de desvios.

Moro afirmou na semana passada que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas "transcenderam a Petrobras".

"Já solicitamos ao juiz Sérgio Moro no final da semana passada essa famosa planilha das 750 obras de que temos notícias pelo jornal. Nem todas elas federais, também estaduais, internacionais etc", afirmou Hage.

Na análise dele, a princípio, não é necessário que haja paralisação das obras investigadas. "As penas que a lei prevê não implicam necessariamente a interrupção de obras que estão em andamento. Implicam impedimento de licitar ou contratar novas obras", disse.

Presente no evento, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino classificou as irregularidades encontradas na Petrobras como "o maior caso de corrupção já visto no País".

Sem citar nomes, Dino confirmou que o Ministério Publico Federal encaminhará à Justiça pedido de ações contra os envolvidos no esquema da estatal.

"Nesta semana o MPF ajuizará mais de uma dezena de ações penais e ações de improbidade contra responsáveis pelo esquema de corrupção da Petrobras".

Despedida

No evento, Jorge Hage também fez um balanço da atuação da CGU nos últimos anos e revelou que não pretende ficar no cargo no próximo mandato da presidente Dilma Roussef.

"Sem dúvida é uma despedida. Apresentei à presidente Dilma Rousseff a minha carta pedindo que ela me dispense do próximo mandato. Apresentei isso nos primeiros dias de novembro. A minha pretensão é não ter a minha nomeação renovada". Hage ocupa o cargo desde 2006.

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Brasília - O ministro-chefe da Controladoria-Geral da União ( CGU ), Jorge Hage, considerou nesta segunda-feira, 08, que é necessário trazer as empresas estatais, sobretudo as de economia mista, para o foco de controle interno do Poder Executivo.

O ministro também anunciou que não pretende ficar no cargo no próximo ano e que já teria entregado a carta de demissão à presidente Dilma Rousseff (PT).

Hage participou na manhã desta segunda-feira em Brasília de evento de abertura do Dia Internacional contra a Corrupção ao lado de representantes do Ministério Público Federal, entre outras autoridades.

"É preciso trazer as estatais para o foco do controle porque atualmente elas têm sistema de licitações próprio, no caso da Petrobras, não utilizam o sistema corporativo do governo, o que faz com que fique fora do alcance dessas atividades", ressaltou o ministro após a palestra.

No discurso, Hage defendeu a ampliação do sistema de controle interno do Poder Executivo considerado por ele como "incompleto".

"Essa ampliação e complementação do sistema demanda, é certo, uma decisão política de investir mais em controle e prevenção da corrupção, com uma mudança de patamar nas dimensões do sistema de controle, hoje ainda acanhado e limitado", ressaltou o ministro.

Ao falar sobre os desdobramentos da Operação Lava Jato, Hage afirmou que a CGU pediu formalmente ao juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações, a planilha de obras públicas de outros setores além da Petrobras que também seriam alvo de desvios.

Moro afirmou na semana passada que existem indícios de que os crimes de corrupção e propinas "transcenderam a Petrobras".

"Já solicitamos ao juiz Sérgio Moro no final da semana passada essa famosa planilha das 750 obras de que temos notícias pelo jornal. Nem todas elas federais, também estaduais, internacionais etc", afirmou Hage.

Na análise dele, a princípio, não é necessário que haja paralisação das obras investigadas. "As penas que a lei prevê não implicam necessariamente a interrupção de obras que estão em andamento. Implicam impedimento de licitar ou contratar novas obras", disse.

Presente no evento, o subprocurador-geral da República Nicolao Dino classificou as irregularidades encontradas na Petrobras como "o maior caso de corrupção já visto no País".

Sem citar nomes, Dino confirmou que o Ministério Publico Federal encaminhará à Justiça pedido de ações contra os envolvidos no esquema da estatal.

"Nesta semana o MPF ajuizará mais de uma dezena de ações penais e ações de improbidade contra responsáveis pelo esquema de corrupção da Petrobras".

Despedida

No evento, Jorge Hage também fez um balanço da atuação da CGU nos últimos anos e revelou que não pretende ficar no cargo no próximo mandato da presidente Dilma Roussef.

"Sem dúvida é uma despedida. Apresentei à presidente Dilma Rousseff a minha carta pedindo que ela me dispense do próximo mandato. Apresentei isso nos primeiros dias de novembro. A minha pretensão é não ter a minha nomeação renovada". Hage ocupa o cargo desde 2006.

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