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Haddad diz entender parte dos eleitores de Bolsonaro

Segundo o jornalista Gilberto Dimenstein, Haddad afirmou que sua prioridade "número um" será "pacificar o país" caso eleito

Fernando Haddad: para petista, Bolsonaro seria como uma "febre" que deve ser acompanhada (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Mariana Fonseca

Publicado em 29 de setembro de 2018 às 14h35.

Última atualização em 29 de setembro de 2018 às 14h37.

São Paulo - Fernando Haddad afirmou, em conversas reservadas, que entende parte dos eleitores do candidato Jair Bolsonaro (PSL) - e que as reclamações dessas pessoas devem ser ouvidas com atenção. A informação é do jornalista Gilberto Dimenstein, que teria falado com o candidato do PT à Presidência da República para as eleições de 2018 .

Na entrevista, Haddad teria dito que seu rival nessas eleições representa a insegurança e frustração de milhões de brasileiros com "um país que gerou muito mais expectativas e entregou resultados abaixo dos esperados nos níveis econômicos e sociais."

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Para o petista, escreve Dimenstein, Bolsonaro seria como uma "febre" que deve ser acompanhada, por revelar "um problema no corpo social". Haddad disse ainda que é muito difícil "governar uma nação dividida e ressentida", "movida pelo ódio e incompreensão" e que gera "um clima permanente de instabilidade política".

Tais "episódios de ódio" seriam movimentos pelos quais muitos países já passaram e que levaram políticos a abrirem diálogo para conseguirem governar. Por isso, de acordo com Dimenstein, Haddad afirmou que sua prioridade "número um" será "pacificar o país" caso eleito, o que se traduziria em buscar o entendimento com diversos grupos partidários.

Contexto

Segundo a última pesquisa Datafolha, Jair Bolsonaro aparece com 28% das inteções de voto, contra 22% de Fernando Haddad. O candidato petista venceria o do PSL em um eventual segundo turno, com 45% dos votos contra 39% do adversário.

O momento é de tensão nas eleições. Protestos contra e a favor de Bolsonaro estão previstos para hoje (29) e amanhã (30). Anteriormente, Bolsonaro já havia afirmado não aceitar um resultado diferente de sua eleição, o que gerou uma acusação de "mimado" por parte do também candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin, do PSDB. Ainda segundo Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitou “passivamente” sua prisão, porque há um “plano B de fraude eleitoral”.

Neste momento, Bolsonaro deixa o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, e segue rumo ao Rio de Janeiro. Ele deverá continuar sua campanha de casa e pretende comparecer ao debate organizado pela Rede Globo, previsto para acontecer na próxima quinta-feira (4), segundo o candidato do PSL ao Senado Major Olímpio.

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