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Haddad aguarda gesto de Ciro e diz que apoio pode trazer "3 ou 4 pontos"

Candidato petista afirmou ter conversado com o presidente do PDT, mas não com Ciro Gomes

Ciro Gomes: pedetista desembarcaria da Europa nesta sexta-feira, 26 (Paulo Whitaker/Reuters)
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Reuters

Publicado em 26 de outubro de 2018 às 18h22.

Brasília - O candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad , disse nesta sexta-feira que acredita que um eventual apoio do pedetista Ciro Gomes lhe trará "3, 4" pontos na disputa.

Ao ser questionado por jornalistas em Salvador se acredita que Ciro fará um gesto mais enfático de apoio, Haddad respondeu positivamente.

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"Conversei com o Carlos Lupi (presidente do PDT). Pelo que ouvi dele, sim, mas ainda não falei com ele (Ciro)", disse Haddad.

Ao longo desta sexta-feira, Haddad falou diversas vezes que confia em um "gesto importante" do pedetista, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial.

"Acredito que, chegando no Ceará, ele (Ciro) vai fazer um gesto importante pelo Brasil. Não é por mim, é pelo Brasil... Ele sabe o que está em jogo, ele sabe o que está em risco", disse Haddad mais cedo, em João Pessoa.

Ciro desembarcaria da Europa nesta sexta-feira. Lupi disse à Reuters na véspera que conversará com o ex-presidenciável para ver "o que mais é possível fazer" em defesa da candidatura de Haddad. O petista já havia conversado com Lupi na quarta-feira e pediu uma ação mais incisiva de Ciro antes da votação do segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto, no domingo.

Pesquisas internas

O ex-prefeito de São Paulo falou ao longo do dia que pesquisas internas do PT mostram uma desvantagem de cinco pontos de sua candidatura para a de Jair Bolsonaro (PSL).

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira mostrou Bolsonaro na liderança do segundo turno da disputa presidencial com 56 por cento das intenções de voto, nos votos válidos, contra 44 por cento de Haddad, uma diferença de 12 pontos, uma reduação de 6 pontos em relação ao levantamento.

Meio Ambiente

Em entrevista mais cedo a uma rádio, o candidato do PT classificou de "suicida" a proposta de Bolsonaro de unir os ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente, apesar de o candidato do PSL ter dito que está aberto a rever essa medida.

Segundo Haddad, o Brasil perderá mercado no exterior se descuidar das questões ambientais.

"A proposta do meu adversário de fundir os ministérios do Meio Ambiente e Agricultura vai acabar com o agronegócio no país, porque Europa e Estados Unidos não vão comprar nossos produtos se não houver um acordo com meio ambiente", disse Haddad em entrevista à rádio Globo do Mato Grosso do Sul.

"Nossos produtos hoje são certificados, por isso eles têm mercado no mundo desenvolvido. Vamos parar de produzir simplesmente porque não vamos ter para quem exportar. O meu adversário está fazendo uma proposta suicida."

A fusão dos dois ministérios foi uma das primeiras propostas de Bolsonaro. Aliados do candidato do PSL, no entanto, afirmaram esta semana que a ideia pode ser revista, depois que integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária e outros produtores rurais levaram ao capitão da reserva a preocupação com a ideia justamente pelas razões levantadas por Haddad.

O candidato do PT ressaltou o fato do Brasil ser um grande exportador, mas lembrou que o mundo hoje exige práticas de acordo com regras internacionais de proteção ao meio ambiente, e chamou Bolsonaro de "despreparado" para lidar com essas questões.

A proposta petista para a área, disse Haddad, prevê desmatamento líquido zero, com a exploração de áreas já desmatadas e pouco produtivas e o desmatamento de outras, quando necessário, dentro das regras atuais, além de reflorestamento.

"Não precisamos derrubar mata para ampliar produção. Basta deixar áreas que hoje não produzem mais produtivas", disse.

 

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