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Há "risco pequeno" de Bolsonaro cancelar ida à ONU, dizem assessores

Segundo porta-voz da Previdência, presidente apresenta "melhora clínica progressiva" após cirurgia para corrigir hérnia

Jair Bolsonaro; caso presidente não possa ir, ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deve discursar representando o Brasil (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

Jair Bolsonaro; caso presidente não possa ir, ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deve discursar representando o Brasil (Marcos Corrêa/PR/Divulgação)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de setembro de 2019 às 07h19.

São Paulo — Assessores do presidente Jair Bolsonaro veem risco de seu quadro de saúde impedir viagem a Nova York, onde o presidente deve discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, no dia 24. Bolsonaro está se recuperando de cirurgia feita no dia 8, em São Paulo, para correção de uma hérnia incisional.

Segundo uma fonte do Planalto, há "risco pequeno" de a viagem ser cancelada, "mas ele existe". Bolsonaro teria manifestado uma pequena piora no quadro clínico nesta terça-feira, 17, segundo o mesmo assessor. Caso confirme a presença no evento, o presidente deve viajar ainda com pontos, em dieta pastosa e com uma série de outras restrições.

O porta-voz da Presidência da República, general Otávio Rêgo Barros, disse nesta terça que uma avaliação médica agendada para a sexta-feira, 20, será decisiva para confirmar se Bolsonaro poderá viajar. "Tudo indica, a recuperação do presidente é muito positiva, que ele (médico) dará a confirmação e nós embarcaremos", disse Rêgo Barros.

Auxiliares do presidente dizem que, caso o presidente não possa ir, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, deve discursar representando o Brasil.

Algumas pessoas próximas ao presidente estariam pedido para a viagem ser cancelada. No Twitter, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) lançou campanha para Bolsonaro permanecer no Brasil. "Fique no Brasil, presidente. Cuide da recuperação da sua última cirurgia. Cuide de sua saúde. O Brasil precisa do senhor firme e forte!", escreveu a deputada.

Durante evento nesta terça-feira, 17, com parlamentares e ministros no Palácio da Alvorada para sanção da posse estendida de armas de fogo em áreas rurais, no início da tarde, o deputado Afonso Hamm (PP-RS) afirmou que Bolsonaro estava com "dificuldade" para falar e que os assessores demonstraram preocupação durante toda a cerimônia. Apesar disso, o presidente fez questão de sancionar a proposta, com a presença de representantes do Congresso. "Ele falou com muito esforço. Mas até fez brincadeiras", contou o deputado.

A reavaliação médica de Bolsonaro deve começar na manhã de sexta no Hospital DF Star, em Brasília, por equipe comandada pelo médico Antonio Luiz Macedo. Segundo Rêgo Barros, o presidente apresenta "melhora clínica progressiva" e segue orientações sobre alimentação, fisioterapia, descanso e restrições de visitas e despachos.

Antes de discursar na abertura na abertura da Assembleia Geral da ONU, se a viagem for confirmada, Bolsonaro terá encontro com o secretário-geral da instituição, António Guterres, disse o porta-voz. Ainda segundo o general, não há previsão de outros encontros bilaterais do presidente, mas a agenda pode ser alterada.

A comitiva de Bolsonaro partirá de Brasília para Nova York às 20h do dia 23, caso se decida pela realização da viagem. O retorno ao Brasil está agendado para o dia 25, com escala em Dallas, no Texas, onde Bolsonaro deve se encontrar com empresários do setor de tecnologia. O Planalto não confirma quais ministros devem acompanhar Bolsonaro.

Uma delegação mais ampla do Brasil, mas sem o presidente, deve participar de 17 a 27 de setembro das atividades na ONU.

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