Brasil

Há predisposição para confrontos na votação, diz secretário

Segundo o secretário de Segurança Pública do Rio, já estavam previstas, para começar amanhã, ações de reforço à segurança para as eleições


	José Mariano Beltrame: "a inteligência vai procurar buscar informações bastante detalhadas no sentido de antecipar qualquer tipo de ação"
 (Shana Reis/GERJ/Divulgação via Fotos Públicas)

José Mariano Beltrame: "a inteligência vai procurar buscar informações bastante detalhadas no sentido de antecipar qualquer tipo de ação" (Shana Reis/GERJ/Divulgação via Fotos Públicas)

DR

Da Redação

Publicado em 2 de outubro de 2014 às 12h50.

Rio de Janeiro - O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, afirmou hoje (2) que há uma predisposição para ações criminosas e confrontos no período eleitoral.

Segundo o secretário, já estavam previstas, para começar amanhã, ações de reforço à segurança para as eleições.

"Há uma predisposição a isso. Não posso dizer que [as ações criminosas] estão relacionadas às eleições, mas, se vocês fizerem uma reflexão e acompanharem o que, em 2007, o tráfico fez aqui, inclusive botando fogo com pessoas vivas dentro de um ônibus e metralhando delegacias. Que, em 2010, começou a espalhar focos de incêndio, e agora novamente nós temos essas ações. Pode haver uma predisposição a isso", disse o secretário, que participou de uma reunião que durou cerca de uma hora com o governador Luiz Fernando Pezão, o chefe de Polícia Civil, Fernando Veloso, e o comandante-geral da Polícia Militar, José Luís Castro Menezes.

"Em 2007 [início do primeiro mandato de Sérgio Cabral], quando anunciei que ia mandar 40 presos para um presídio federal, seis pessoas barbarizaram a cidade. Em 2010, a mesma coisa, porque nós poderíamos permanecer [no governo]".

A reunião ocorreu no Centro Integrado de Comando e Controle do Estado do Rio e, segundo Beltrame, teve o objetivo de pôr o governador a par das ações que estão planejadas.

A partir de amanhã, a Polícia Civil fará operações de repressão qualificada em vários pontos da cidade e algumas delegacias serão reforçadas.

Já a Polícia Militar terá o dobro de policiais de batalhões de operações especiais nas ruas, com esquema especial de folgas. "A inteligência vai procurar buscar informações bastante detalhadas no sentido de antecipar qualquer tipo de ação".

Para o dia da eleição, Beltrame afirmou que haverá forte policiamento na cidade: "Domingo, temos um trabalho especial, um número muito grande de policiais. Onde tiver uma urna na cidade, vai ter um policial militar".

O confronto, que chegou a fechar ontem a Avenida Brasil, aconteceu, segundo o secretário, quando a polícia impediu a movimentação de traficantes da Pedreira, que saíram do Caju em direção ao Complexo da Maré. Há unidades de polícia pacificadora nas favelas do Caju e no Complexo da Maré.

"É um movimento articulado do tráfico no sentido de desmoralizar totalmente o trabalho de pacificação, quem sabe pretendendo que esse projeto não continue. É uma demonstração de que prejuízos estão acontecendo a esses marginais", disse Beltrame.

Sobre o Morro do Cavalão, na zona sul de Niterói, Beltrame afirmou que as ações criminosas foram orquestradas por um preso apelidado de Cadar, que será transferido de Bangu 3 para um presídio federal. O ônibus incendiado na noite de ontem no bairro vizinho, Icaraí, foi queimado por 15 menores de idade, segundo Beltrame.

O secretário afirmou ainda que os confrontos na Mangueira se devem à situação financeira do tráfico e que, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, um traficante foi morto pelo Batalhão de Operações Especiais. "São ações, no nosso entendimento, em um primeiro momento, isoladas, mas a intelgência está atenta".

Beltrame lembrou que há limitações legais para operações policiais no período eleitoral. Nos cinco dias anteriores às eleições e nas 48 horas posteriores, a lei só permite realizar prisões em flagrante, em virtude de sentença criminal condenatória por crime inafiançável ou por desrespeito a salvo-conduto.

Apesar disso, ele garantiu que a Polícia Civil está detectando prisões que poderão ser feitas depois do pleito. "A resposta que temos que dar tem que ser racional, pensada. Não é uma resposta à base de tiro e à base de entrada em maneira inopinada em qualquer lugar".

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasEleiçõesEleições 2014Metrópoles globaisPolítica no BrasilRio de JaneiroSegurança pública

Mais de Brasil

Quais são os impactos políticos e jurídicos que o PL pode sofrer após indiciamento de Valdermar

As 10 melhores rodovias do Brasil em 2024, segundo a CNT

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Advogado de Cid diz que Bolsonaro sabia de plano de matar Lula e Moraes, mas recua