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Há indícios de ação criminosa em incêndios, diz ministra

A ministra do Meio Ambiente disse que o modo como o incêndio na região serrana do RJ se espalhou indica que o desastre pode ser fruto de ação criminosa

Pessoas tentam apagar focos de incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no estado do RJ (Fernando Frazão/ABr)

Pessoas tentam apagar focos de incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, no estado do RJ (Fernando Frazão/ABr)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2014 às 19h04.

Rio de Janeiro - A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, sobrevoou hoje (17) os focos de incêndio no Parque Nacional da Serra dos Órgãos e disse que a situação agravou-se muito de ontem (16) para hoje (17), com o aumento de uma frente de fogo que restava na noite de ontem para cinco registradas hoje.

O modo como o incêndio se espalhou e suas características, na opinião dos técnicos que trabalham no combate às chamas, indicam que o desastre ambiental pode ser fruto de ação criminosa.

"Há indícios muito graves de o incêndio estar sendo causado por atividades criminosas. Essa é a primeira avaliação pela dinâmica que observamos do fogo. Existiam pontos muito isolados e esses pontos viraram frentes de fogo. Está havendo um espraiamento dessas frentes de fogo em lugares inclusive de difícil acesso", disse a ministra.

Izabella disse que a polícia vai atuar em conjunto com o Ibama para fiscalizar, investigar e prender os responsáveis por tais ações, se for confirmada a intenção criminosa. A ministra também destacou a situação do bairro de Secretário, onde as chamas estão muito próximas de áreas residenciais.

"A região está realmente muito crítica, com linhas de fogo entrando na cidade, pegando casas. Os bombeiros estão todos trabalhando de maneira articulada com o apoio da Marinha. Devemos deslocar outro helicóptero para cá", disse, acrescentando que o reforço foi combinado com o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.

Uma das principais preocupações do governo é que o fogo atinja as áreas mais altas do parque, onde os campos serviriam de combustível para um alastramento rápido. "Se ali entrar fogo, vai varrer tudo".

Segundo a ministra não é possível estimar ainda o tempo que vai levar para que fogo seja combatido, nem quanto tempo será necessário para que a vegetação seja recuperada, pois esta definição depende de laudos que só são concluídos após um levantamento completo dos danos causados pelas chamas. Izabella Teixeira disse que o tempo seco agrava o problema dos incêndios e pediu a ajuda da população.

"Pedimos que a população nos ajude, prevenindo, não jogando nada que favoreça a ignição e que vigie as pessoas, vigie as estradas".

Alguns fatores locais favorecem a propagação do fogo, como o acúmulo de material que serve de combustível, pois a última queimada registrada no parque foi em 1998.

Além disso, a vegetação de Mata Atlântica, além de não ser resistente às chamas, contêm muitas bromélias nas pedras mais altas.

Quando atingidas pelas chamas, essas plantas se soltam e caem sobre a mata, espalhando o fogo.

A ministra também sobrevoou hoje o Parque Nacional da Serra do Cipó, em Minas Gerais, e avaliou a situação de forma mais positiva, contando que o número de frentes de fogo diminuiu de 48 para três. "Agora está em uma parte a mais de 3 mil metros de altitude".

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