Ministro Paulo Guedes: equerimento de convocação de Guedes foi aprovado com amplo apoio, inclusive de partidos da base aliada ao governo do presidente Jair Bolsonaro (Andre Borges/Bloomberg/Getty Images)
Reuters
Publicado em 11 de outubro de 2021 às 16h30.
Última atualização em 11 de outubro de 2021 às 16h32.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, passará esta semana nos Estados Unidos, viajando nesta segunda-feira para Washington onde participará da Reunião Anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, além de encontros de ministros da Fazenda e presidentes de Bancos Centrais do G20.
Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Economia, os compromissos de Guedes irão até quinta, com seu retorno previsto para sexta-feira.
Com isso, o ministro não deverá comparecer ao plenário da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, dia 13, para prestar esclarecimentos sobre conta offshore em um paraíso fiscal, contrariando indicação dada pelo líder do governo na Casa, deputado Ricardo Barros (PP-PR), de que isso aconteceria.
O requerimento de convocação de Guedes foi aprovado com amplo apoio, inclusive de partidos da base aliada ao governo do presidente Jair Bolsonaro.
Na sexta-feira, Guedes defendeu que todos os seus investimentos foram devidamente declarados antes que assumisse cargo no governo e que são legais. O ministro disse ainda que muito barulho estava sendo feito em torno do caso, e que enxergava motivação política para tanto com a aproximação das eleições presidenciais.
Em reportagem que integra o projeto Pandora Papers, do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos, a revista piauí informou que Guedes tem uma offshore nas Ilhas Virgens Britânicas, aberta em 2014 com a quantia de 9,55 milhões de dólares.
A posse de uma empresa no exterior não é ilegal desde que declarada à Receita Federal ou ao Banco Central --o que o ministro já havia dito ter feito, via assessoria de imprensa e depois através de seus advogados.
Mas o episódio levantou questionamentos acerca de conflitos de interesses, já que o Código de Conduta da Alta Administração Federal proíbe que autoridades invistam "em bens cujo valor ou cotação possa ser afetado por uma decisão ou política governamental” em razão do cargo ocupado e pelo fato de possuírem informação privilegiada.