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Grevistas vão trancar portões da Cidade Universitária

Segundo sindicato, portões serão fechados das 4h30 às 20h30 e "ninguém poderá entrar no câmpus"

Funcionários e alunos da USP durante um protesto na entrada do campus no Butantã (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Funcionários e alunos da USP durante um protesto na entrada do campus no Butantã (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2014 às 19h07.

São Paulo - Os funcionários grevistas da Universidade de São Paulo (USP) prometem fazer um "trancaço" em todos os portões da Cidade Universitária, na zona oeste da capital paulista, nesta quarta-feira, dia 20.

Segundo o Sindicato dos Funcionários da USP (Sintusp), que organiza o ato, os portões serão fechados das 4h30 às 20h30 e "ninguém poderá entrar no câmpus".

Para garantir que os grevistas possam aderir à paralisação durante todo o dia, o Sintusp diz que vai instalar churrasqueiras nos portões.

"Já pedimos para todo mundo trazer carne, linguiça e frango, porque na hora do almoço terá gente com fome", afirmou Magno de Carvalho, diretor do Sintusp.

Os funcionários são contrários ao reajuste zero de salários de servidores técnico-administrativos e de professores da USP.

A decisão da instituição de não reajustar o salário foi tomada em conjunto com as outras duas universidades estaduais - Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp) -, o que motivou o início da greve de funcionários e docentes nas três instituições, no dia 27 de maio.

O pedido dos grevistas é de reajuste de 9,78%. As três instituições afirmam que não têm condições orçamentárias para fazer o reajuste. Os funcionários também protestam contra o corte de salários de grevistas da USP durante a greve.

Segundo Carvalho, funcionários técnico-administrativos de todas as unidades da universidade tiveram salários cortados. "São milhares de funcionários, mas não temos o dado de quantos precisamente."

Os grevistas protestam também contra a proposta do reitor da USP, Marco Antonio Zago, de criar um plano de demissão voluntária e flexibilização de jornada de servidores técnico-administrativos como forma de desinflar a folha de pagamento e combater a crise financeira da instituição.

O plano também inclui a possibilidade de redução de jornada de funcionários com diminuição salarial e a transferência de dois hospitais - o Hospital Universitário e o Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais de Bauru - para a Secretaria Estadual de Saúde.

A proposta foi apresentada na sexta-feira, 15, a cerca de 80 diretores de unidades da universidade.

Carvalho afirma que o Sintusp não concorda com o plano apresentado pelo reitor. "Isso vai destruir a qualidade da USP. Vai comprometer a qualidade de dois hospitais de referência e demitir 3 mil funcionários. É o sucateamento da universidade", afirma.

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