Brasil

Greve na CPTM deixa 850 mil paulistanos sem transporte

Parte da categoria, filiada ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, pede aumento real de 5% nos salários

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou ontem que deveria ser garantido o funcionamento das linhas da CPTM com 85% do efetivo nos horários de pico (Pedro Zambarda/EXAME.com)

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou ontem que deveria ser garantido o funcionamento das linhas da CPTM com 85% do efetivo nos horários de pico (Pedro Zambarda/EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2012 às 14h46.

São Paulo - A greve dos ferroviários das linhas 11 Coral (Luz-Estudantes) e 12 Safira (Brás-Calmon Viana), da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), deixou 850 mil paulistanos sem transporte na manhã de hoje (23). As duas linhas atendem passageiros da zona leste, a mais populosa da cidade, e liga a região ao centro de São Paulo.

Parte da categoria, filiada ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil, pede aumento real de 5% nos salários, além de reposição da inflação de 5,83%, calculada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A proposta da empresa, que prevê reajuste de 6,17% e participação nos resultados da empresa com valor mínimo de R$ 3 mil, foi recusada ontem (22) pelos trabalhadores.

Segundo o presidente da CPTM, Mário Manuel Seabra Rodrigues Bandeira, as reivindicações feitas estão fora do padrão do mercado. “Estamos negociando há algum tempo. Nossa proposta é extremamente boa e não compreendemos o motivo que levou o Sindicato a não aceitá-la. Diante da situação macroeconômica do país, com crescimento abaixo de 3%, a desindustrialização e a redução do PIB [Produto Interno Bruto], qualquer coisa acima disso está fora de cogitação.”

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) determinou ontem que deveria ser garantido o funcionamento das linhas da CPTM com 85% do efetivo nos horários de pico, compreendidos entre as 5h e as 9h e das 17h às 20h, e 70% nos demais horários. Em caso de descumprimento, o sindicato fica sujeito à multa diária de R$ 100 mil. “Os oficiais de Justiça já comprovaram o não cumprimento da medida cautelar proferida. Vamos aguardar as sanções já determinadas anteriormente”, disse Mário Manuel.

Mais dois sindicados congregam os funcionários das outras quatro linhas da CPTM na cidade de São Paulo. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de São Paulo, que representa os ferroviários das linhas Rubi e Turquesa, vai decidir em assembleia hoje, às 16h, se adere à paralisação. Já o Sindicato Ferroviário da Zona Sorocabana, do qual fazem parte os funcionários das linhas Diamante e Esmeralda, informou que está em estado de greve, enquanto aguarda que a CPTM melhore a proposta de reajuste. No próximo dia 28, será feita uma assembleia para determinar se entrarão em greve.

Para amenizar os impactos da paralisação no transporte público da cidade, foi acionado o Plano de Apoio entre Empresas de Transporte frente à Situações de Emergência (Paese), que coloca mais ônibus nas ruas para fazer os trechos que deixaram de ser atendidos.

Acompanhe tudo sobre:cidades-brasileirasCPTMEmpresasEmpresas estataisEstatais brasileirasGrevesMetrô de São PauloMetrópoles globaismobilidade-urbanasao-pauloSetor de transporteTransporte e logísticaTransporte públicotransportes-no-brasil

Mais de Brasil

Após investimentos de R$ 3 bi, Tamoios terá free flow e percurso 30 minutos mais rápido

Emmanuel Macron é visto caminhando por Copacabana após chegar ao RJ para o G20

Congresso deve finalizar até esta terça votação de projeto que muda regras de emendas parlamentares