Greve geral foi "movimento pífio", diz ministro da Justiça
Serraglio descartou, ainda, que possa haver um impacto entre os parlamentares para a votação da reforma da Previdência
Reuters
Publicado em 28 de abril de 2017 às 17h18.
Última atualização em 28 de abril de 2017 às 18h20.
Brasília - Escalado para falar em nome do governo sobre a greve geral desta sexta-feira, o ministro da Justiça, Osmar Serraglio , classificou como "pífio" o movimento e afirmou que os levantamentos do governo mostram tranquilidade no país.
"Não há nem direito o que avaliar. Há uma tranquilidade no país", disse à Reuters. "Houve o chamado para uma 'greve geral', que é uma coisa para impressionar, mas foi um movimento pífio. Está tudo funcionando, os serviços, a indústria."
Serraglio descartou, ainda, que possa haver um impacto entre os parlamentares para a votação da reforma da Previdência, marcada para comissão especial na próxima semana.
"Se houver um impacto vai ser um tiro no pé. Não creio que esse nível de movimento vá impressionar os parlamentares", disse o ministro.
Para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, "foi uma manifestação que transformou a sexta-feira em um clima de feriadão".
"Houve algumas manifestações mais sectárias, mais violentas em aeroportos, pontos de estradas e avenidas nas grandes cidades, mas não chegou a transformar o ambiente em uma Caracas", avaliou Moreira à Reuters. "A vida econômica e social do país se manteve absolutamente tranquila."
Moreira Franco se reuniu nesta manhã com o presidente Michel Temer e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, para fazer uma análise inicial da greve. Já então a avaliação era de que o movimento era "disperso" e abaixo do esperado.
"Há uma dicotomia entre o que as lideranças desse movimento disseram que seria, uma manifestação contra as duas reformas, e o que se vê nas ruas. É uma coisa muito aparelhada", disse Moreira.
O ministro também avalia que o movimento não vai interferir com a votação da reforma da Previdência. Para Moreira Franco, os parlamentares têm a percepção de que a reforma é uma necessidade.
Mais cedo, fontes do Planalto já avaliavam que o movimento estava fraco, com as ações concentradas no transporte público, o que causava a impressão de um movimento maior, porque as pessoas não conseguiam chegar ao trabalho.
Temer chegou cedo ao Palácio do Planalto e estava sendo informado dos desdobramentos da greve ao longo do dia, entre reuniões com ministros.
Ainda na quinta-feira, o Planalto temia um protesto maior do que a manifestação de março contra a corrupção e com ações mais violentas no final da tarde, o que ainda não foi descartado. Mas o risco foi minimizado por Serraglio.
"Já estamos no meio da tarde e nada demais aconteceu. Não imaginamos nada muito diferente para o resto do dia", afirmou o ministro da Justiça.