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Greve de rodoviários deixa cidade do Rio sem transporte

Greve de um grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários deixa o Rio mais uma vez sem ônibus urbanos, apesar do plano de contingência da prefeitura

Rodoviários durante greve no RJ: rodoviários decidiram fazer a paralisação por 48 horas (Fernando Frazão/ABr)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 08h47.

Rio de Janeiro -A greve de um grupo dissidente do Sindicato dos Rodoviários do município do Rio deixa o Rio mais uma vez sem ônibus urbanos, apesar do plano de contingência da prefeitura, que colocou a Polícia Militar na porta das garagens para permitir a saída dos coletivos.

Os pontos de ônibus ao longo da Avenida Brasil, principal ligação entre as zonas oeste e norte com o centro da cidade estavam lotados por volta das 6h, com muita gente sem conseguir chegar ao trabalho.

O mesmo ocorria na Avenida Marechal Rondon e Rua Teodoro da Silva, duas importantes ligações viárias da zona norte com o centro.

Em nota, a prefeitura do Rio informa que colocou em ação um plano de contingência para minimizar os impactos à população diante da decisão dos rodoviários de paralisação por 48 horas.

O plano prioriza metrô, trens e barcas, reforçando as linhas de ônibus que fazem integração física com esses modais, além de linhas essenciais para deslocamento da população em áreas atendidas apenas por ônibus.

Os serviços do BRT Transoeste também fazem parte do plano.

A Polícia Militar vai garantir a segurança na saída das garagens dos quatro consórcios, nas estações do BRT Transoeste e nos terminais de ônibus para aqueles que optarem por não aderir à paralisação.

Agentes da Guarda Municipal e controladores de trânsito reforçarão a operação nas ruas.

O Rio Ônibus, sindicato das empresas de ônibus, informa que vai entrar pela manhã com um pedido no Tribunal Regional do Trabalho para que considere ilegal e abusivo o movimento grevista convocado por um grupo de rodoviários que anunciou a paralisação do serviço de ônibus, nesta terça (13) e quarta-feira (14), na cidade do Rio.

A entidade esclarece ainda que está em vigência um acordo firmado com o sindicato da categoria que assegura o reajuste salarial de 10% e o aumento de 40% da cesta básica, retroativos ao dia 1º de abril, que já estão sendo pagos agora no mês de maio.

Nesta madrugada, a Justiça determinou que quatro líderes da comissão de rodoviários, identificados como Hélio Alfredo Teodoro, Maura Lúcia Gonçalves, Luís Claudio da Rocha Silva e Luiz Fernando Mariano, devem se abster de "promover, participar, incitar greve e praticar atos que impeçam o bom, adequado e contínuo funcionamento do serviço de transporte público, bem como mantenham distância das garagens das empresas consorciadas filiadas ao sindicato [Rio Ônibus]".

A decisão foi assinada pela juíza Andréia Florêncio Berto.

Ainda de acordo com a decisão, que cita a violência praticada na última paralisação, no dia 9 deste mês, foi fixada multa de R$ 10 mil por cada ato de descumprimento da decisão.

Única cidade com menos de um milhão de habitantes com BRT, a mineira Uberlândia, com pouco mais de 600 mil pessoas, tem um corredor de 7,5 quilômetros na Avenida João Naves de Ávila há seis anos. Outros municípios brasileiros possuem faixas exclusivas, mas não atendem a todos os critérios de um BRT. Levando o preceito de ser na superfície o que o metrô é abaixo da terra, até mesmo shopping em uma das estações o BRT de Uberlândia tem, o que deve soar familiar para moradores de São Paulo. A imagem ao lado mostra uma das vantagens do sistema: a acessibilidade. Deficientes físicos adentram o coletivo tão rápido quanto os demais passageiros, já que as estações são elevadas.  O corredor deu tão certo que o governo já tem mais quatro projetos aguardando verba do governo federal.
  • 2. São Paulo (SP) - 2007

    2 /3(Wikimedia Commons)

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    Dominante em Curitiba, o uso do BRT em São Paulo não chega nem perto de fazer cosquinha no metrô: os 9,7 quilômetros do primeiro transportam 81 mil pessoas diariamente, segundo a SPTrans, enquanto os 74 quilômetros do transporte subterrâneo dão conta de 4,5 milhões de viagens todos os dias.  Mas quando se trata de avaliação, o único corredor BRT da cidade se sai até melhor. Na última pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), 81% dos passageiros acham o Expresso Tiradentes excelente ou bom, índice que cai para 74% no metrô. Os ônibus convencionais ficaram com 40%. O tempo de viagem entre o Terminal Sacomã e o Parque Dom Pedro II foi enormemente encurtado: caiu de 70 para 14 minutos, segundo a SPTrans. Em relação ao BRT “ideal”, o Expresso Tiradente perde apenas porque foi construído em via elevada. “Deveria ser na (altura da) rua, porque tem vantagem do ponto de vista da acessibilidade. Mas em relação a velocidade, o benefício foi plenamente atingido”, afirma Otávio Cunha, da NTU.
  • 3. Rio de Janeiro (RJ) - 2012

    3 /3(Divulgação/Facebook)

  • Como diz a máxima, quem ri por último, ri melhor. Quando se trata de BRT, o Rio de Janeiro pode ter chegado atrasado, mas saiu na frente na nova leva de munícipios onde o sistema está sendo implantado por causa da Copa. O Transoeste foi inaugurado em junho. O Rio segue as regras dos BRTs, a mais importante delas sendo as vias com ultrapassagem, que permitem a existência de linhas expressas e semiexpressas. Quem quer ir de uma ponta a outra o pode fazer sem demoras. Em pesquisa realizada pelo Instituto Mapear, a aprovação chegou a 90%, resultado de quem demorava até 2h30 no trajeto entre Santa Cruz e Barra da Tijuca e agora o faz em 40 minutos. Dentro dos ônibus articulados, uma gravação informa a próxima estação de parada, como em metrôs. Os GPS nos ônibus permitem que se saiba quando chegarão às estações, como em outros BRTs desta galeria. Mas o governo precisará resolver os atropelamentos, que têm sido constantes. Na capital carioca, mais três corredores estão em construção para serem inaugurados até o Mundial de 2014 e as Olimpíadas.
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