Greve de caminhoneiros afeta transporte público no Rio, diz entidade
Fetranspor diz ainda que as oscilações do preço combustível também preocupa os operadores do transporte público
Agência Brasil
Publicado em 22 de maio de 2018 às 20h14.
A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Rio de Janeiro (Fetranspor) informou hoje (22) que a greve nacional dos caminhoneiros , que está no segundo dia, está afetando diretamente o abastecimento de óleo diesel dos ônibus em todo o estado.
De acordo com a entidade, a operação em algumas linhas de ônibus na capital já ocorre de forma limitada, afetando o transporte de passageiros.
"O bloqueio montado em rodovias e terminais de distribuição de combustíveis impede a renovação dos estoques das empresas, que na maioria dos casos acontece diariamente. O racionamento de combustível é uma medida adotada em caráter emergencial até a normalização da distribuição de óleo diesel, que depende do fim das manifestações. Se isso não ocorrer brevemente, há o risco de paralisação de todas as empresas", diz a nota divulgada pela entidade.
A Fetranspor diz ainda que as oscilações do preço combustível também preocupa os operadores do transporte público . "Nos últimos 15 meses, a variação do preço do combustível chegou próximo a 20%, o que vem pressionando os custos operacionais do setor de ônibus", finaliza.
O Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio Ônibus) se posicionou na mesma linha e anunciou uma racionalização da operação já a partir de amanhã (23), diante da iminente de falta de combustível.
"Os consórcios estão demandando todos os esforços para que a população não seja prejudicada e a operação seja mantida pelo máximo de tempo possível". Segundo a Rio Ônibus, as empresas têm um consumo médio de 764 mil litros de combustível por dia e há risco de paralisação total das operações.
Indústria
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) também manifestou preocupação com a paralisação. "Como o transporte rodoviário de cargas é o mais importante dentro da logística nacional, há risco de desabastecimento. Isto se mostra ainda mais grave no caso da indústria fluminense. A crise econômica dos últimos anos foi mais grave no estado do Rio do que no resto do Brasil. Tal conjuntura levou as empresas a trabalharem com estoques muito reduzidos, e qualquer paralisação no transporte leva rapidamente a desabastecimento", afirmou em nota.