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Governo Temer vê chance de aliança com Alckmin nas eleições

Na avaliação do Palácio do Planalto, Alckmin vai precisar do apoio do PMDB para tentar "levantar" sua candidatura à Presidência

Na semana passada, Alckmin participou do almoço de governadores com Temer, no Alvorada, e defendeu a reforma da Previdência (Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil/Agência Brasil)

Na semana passada, Alckmin participou do almoço de governadores com Temer, no Alvorada, e defendeu a reforma da Previdência (Marcos Corrêa/PR/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2017 às 09h17.

Última atualização em 28 de novembro de 2017 às 09h18.

Brasília - O movimento para fazer o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ser eleito presidente do PSDB por aclamação, no congresso do próximo dia 9, recebeu a ajuda da ala governista do partido e indica uma brecha para possível composição eleitoral em 2018.

Na avaliação do Palácio do Planalto, Alckmin vai precisar do apoio do PMDB para tentar "levantar" sua candidatura à Presidência e não poderá exigir o desembarque imediato dos tucanos.

Em conversas reservadas, auxiliares do presidente Michel Temer diziam nesta segunda-feira, 27, duvidar que o governador queira "queimar pontes" com o Planalto.

Na semana passada, Alckmin participou do almoço de governadores com Temer, no Alvorada, e defendeu a reforma da Previdência, sob o argumento de que a mudança, de difícil aprovação, ajudará na criação de empregos.

Até agora, Alckmin vinha pregando a saída do PSDB da equipe de Temer. Além disso, lavou as mãos e não pediu votos para ele na bancada, quando o plenário da Câmara analisou - e acabou derrubando - as duas denúncias criminais apresentadas pelo ex-procurador-geral Rodrigo Janot.

A falta de respaldo do governador, na ocasião, causou perplexidade no Planalto. Nos bastidores, porém, o núcleo político do governo avalia que o tucano é um homem "de diálogo" e pode fazer "um gesto" de reaproximação com Temer, para não ficar isolado em 2018.

O presidente tenta reunificar a base aliada para construir uma frente de "centro-direita" na disputa, mas não esconde a mágoa com Alckmin.

O governo trabalhava contra a eleição do senador Tasso Jereissati (CE) para o comando do PSDB porque ele sempre defendeu o rompimento do partido com o Executivo. Para interlocutores de Temer, Tasso queria que o PSDB saísse "atirando" porque preparava sua própria candidatura presidencial e buscava um contraponto.

Em sintonia com o senador Aécio Neves (MG), alvo da Lava Jato, o Planalto apoiava o governador Marconi Perillo (GO) para a direção do PSDB.

Tudo mudou quando Temer percebeu que Perillo - defensor da permanência dos tucanos no primeiro escalão - não unificaria o partido.

Argumento

A operação política para convencer Alckmin a aceitar a empreitada foi capitaneada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e acompanhada pela ala governista do PSDB.

O argumento foi o de que ou ele encarava o desafio ou o racha tucano tornaria o partido coadjuvante na disputa de 2018. "A casa dividida contra si mesmo será destruída", dizia o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, citando um versículo de Mateus.

Nesse cenário, o desembarque do PSDB está, agora, em banho-maria. Dos quatro ministros da sigla, só Bruno Araújo - que ocupava a pasta das Cidades - entregou o cargo.

Foi substituído por Alexandre Baldy, indicado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no ajuste feito por Temer para angariar votos no Congresso a favor da reforma da Previdência.

Aloysio atua como uma espécie de articulador político e não deixará a equipe. O destino do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, ainda é incerto. Depois da "trapalhada" da semana passada, quando o Planalto chegou a confirmar no Twitter a nomeação do deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a cadeira de Imbassahy, e em seguida voltou atrás, não se sabe por quanto tempo ele permanecerá no posto. Luislinda Valois (Direitos Humanos), no entanto, deve sair em breve. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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