Governo teme elitização dos estádios após Copa
O Brasil está construindo ou reformando 12 estádios para receber a Copa
Da Redação
Publicado em 22 de abril de 2013 às 19h23.
Turim - O governo brasileiro teme que a modernização de estádios para a Copa do Mundo de 2014 resulte em um legado indesejado: a elitização das torcidas.
O Brasil está construindo ou reformando 12 estádios para receber a Copa. Frequentar arenas modernas, com assentos individuais, será uma experiência nova para muitos torcedores brasileiros, acostumados a estádios dilapidados, lanchonetes suspeitas e banheiros entupidos.
Mas o temor é que os ingressos fiquem mais caros, e que torcedores mais populares, responsáveis por todo o clima que cerca as grandes partidas, não tenham mais condições financeiras de frequentar os estádios.
"Ter estádios socialmente excludentes como resultado dos investimentos na Copa do Mundo não é o legado que queremos", disse o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, em entrevista à Reuters.
"O governo está muito preocupado com essa questão, e ela precisa ser tratada muito seriamente. Acho que podemos ter uma elitização dos estádios", afirmou ele. "Alguns administradores de estádios são bastante explícitos em dizer que, para serem economicamente viáveis, eles teriam de elevar o tipo de frequentador dos jogos." Para Fernandes, "isso seria mudar (de um público) onde o que predominam são as chamadas classes D e E, para um que tenha uma forte predominância do que chamam de espectadores A e B, que irão não só comprar ingressos, mas também consumir no estádio".
"Mas se você quiser mudar a origem social dos espectadores para ter gente que tenha condições de comprar outras mercadorias e alimentos além dos ingressos, esse pode ser um efeito colateral negativo." Até recentemente, não havia praticamente nada a venda nos estádios brasileiros além de lanches rudimentares e refrigerantes. E, quanto aos produtos dos times, os torcedores muitas vezes preferem comprar versões falsificadas oferecidas por camelôs nas portas dos estádios.
Nove dos 12 estádios da Copa pertencem a governos estaduais e serão entregues a administradores privados, que esperam ganhar dinheiro vendendo produtos em suas instalações.
"O futebol teve e tem um papel muito central na construção da identidade nacional no Brasil", acrescentou Fernandes. "Então estamos muitos preocupados com esse aspecto, e vamos lidar com eles em termos de legislação nacional e estadual." Fenômeno semelhante já aconteceu na Inglaterra, onde os estádios melhoraram muito nos últimos 20 anos, mas os torcedores mais populares acabaram substituídos pela classe média.
Turim - O governo brasileiro teme que a modernização de estádios para a Copa do Mundo de 2014 resulte em um legado indesejado: a elitização das torcidas.
O Brasil está construindo ou reformando 12 estádios para receber a Copa. Frequentar arenas modernas, com assentos individuais, será uma experiência nova para muitos torcedores brasileiros, acostumados a estádios dilapidados, lanchonetes suspeitas e banheiros entupidos.
Mas o temor é que os ingressos fiquem mais caros, e que torcedores mais populares, responsáveis por todo o clima que cerca as grandes partidas, não tenham mais condições financeiras de frequentar os estádios.
"Ter estádios socialmente excludentes como resultado dos investimentos na Copa do Mundo não é o legado que queremos", disse o secretário-executivo do Ministério do Esporte, Luis Fernandes, em entrevista à Reuters.
"O governo está muito preocupado com essa questão, e ela precisa ser tratada muito seriamente. Acho que podemos ter uma elitização dos estádios", afirmou ele. "Alguns administradores de estádios são bastante explícitos em dizer que, para serem economicamente viáveis, eles teriam de elevar o tipo de frequentador dos jogos." Para Fernandes, "isso seria mudar (de um público) onde o que predominam são as chamadas classes D e E, para um que tenha uma forte predominância do que chamam de espectadores A e B, que irão não só comprar ingressos, mas também consumir no estádio".
"Mas se você quiser mudar a origem social dos espectadores para ter gente que tenha condições de comprar outras mercadorias e alimentos além dos ingressos, esse pode ser um efeito colateral negativo." Até recentemente, não havia praticamente nada a venda nos estádios brasileiros além de lanches rudimentares e refrigerantes. E, quanto aos produtos dos times, os torcedores muitas vezes preferem comprar versões falsificadas oferecidas por camelôs nas portas dos estádios.
Nove dos 12 estádios da Copa pertencem a governos estaduais e serão entregues a administradores privados, que esperam ganhar dinheiro vendendo produtos em suas instalações.
"O futebol teve e tem um papel muito central na construção da identidade nacional no Brasil", acrescentou Fernandes. "Então estamos muitos preocupados com esse aspecto, e vamos lidar com eles em termos de legislação nacional e estadual." Fenômeno semelhante já aconteceu na Inglaterra, onde os estádios melhoraram muito nos últimos 20 anos, mas os torcedores mais populares acabaram substituídos pela classe média.