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Governo quer incentivar audiências por videoconferências

A tentativa de resgate de dois presos no Fórum de Bangu motivou o estudo de mudanças no deslocamento de presos para audiências judiciais


	Sérgio Cabral: governador citou a lei que permite a videoconferência só nos casos em que o preso é réu, mas não quando ele é testemunha no processo
 (Tânia Rêgo/ABr)

Sérgio Cabral: governador citou a lei que permite a videoconferência só nos casos em que o preso é réu, mas não quando ele é testemunha no processo (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2013 às 16h11.

Rio de Janeiro – A tentativa de resgate de dois presos no Fórum de Bangu, zona oeste, que deixou um policial militar e uma criança mortos, no último dia 31, motivou o estudo de mudanças no deslocamento de presos para audiências judiciais.

O governador Sérgio Cabral anunciou hoje (5) maior utilização de videoconferência para ouvir os detentos, dispensando a necessidade dos caros e arriscados deslocamentos pela cidade.

Cabral detalhou as medidas após reunião com a presidenta do Tribunal de Justiça do estado, desembargadora Leila Mariano.

“A sociedade do Rio de Janeiro ganha com isso. Haverá necessidade de [criação de] comissões com juízes, desembargadores, advogados, promotores e defensoria pública. [É preciso] Avançar com a videoconferência, diminuir a frequência de 400 presos diariamente sendo deslocados pela cidade. Também com [a criação de] um portal, dando maior transparência, impedindo que haja demanda excessiva na movimentação. O Judiciário terá maior integração com o Executivo e os operadores do direito”, disse Cabral.

O governador citou a lei que permite a videoconferência só nos casos em que o preso é réu, mas não quando ele é testemunha no processo, como foi o caso da tentativa de resgate no Fórum de Bangu: “Esse criminoso, conhecido como Piolho [um dos que eram para ser resgatados], já tinha se movimentado, como réu ou testemunha, mais de 90 vezes”.

A presidenta do TJ destacou que é preciso concretizar a iniciativa. “A partir de agora é trabalhar na execução das ideias, torná-las concretas e viabilizar a redução da movimentação de presos.

Esse é um tema [a videoconferência] ainda muito complicado.

Temos teóricos, advogados e defensores que não concordam muito com sua utilização. Mas nós vamos ter que enfrentar as questões e levar o tema para uma grande discussão nacional, porque o problema não é só aqui”, disse Leila Mariano.

Participaram também da reunião, no Palácio Guanabara, o procurador-geral de Justiça do estado, Marfan Vieira, o defensor público geral, Nilson Bruno, os secretários de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, e de Administração Penitenciária, César Rubens.

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