Governo não deveria ter interrompido auxílio emergencial, diz Mourão
Vice-presidente afirmou que Executivo deveria ter entendido que pandemia 'não iria terminar em 31 de dezembro'
Reuters
Publicado em 16 de abril de 2021 às 11h30.
O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nessa sexta-feira que o governo federal falhou na comunicação sobre a pandemia , ao não convencer as pessoas da gravidade da doença, e ao ter encerrado o auxílio emergencial e outros programas em dezembro, o que, na avaliação dele, prejudicou a economia.
"Tínhamos que ter tido uma comunicação mais eficiente de modo que a população entendesse a gravidade da doença. Ao mesmo tempo a curva da economia, as linhas de crédito abertas, o auxílio emergencial que foi pago, deveriam ter sido prolongados. Nós tínhamos que ter entendido que a pandemia ia prosseguir e não ia terminar em 31 de dezembro", disse o vice-presidente em entrevista à Rádio Gaúcha.
O governo federal voltou a pagar o auxílio emergencial este mês, em quatro novas parcelas de 250 reais. No entanto, além do valor menor - o anterior começou em 600 reais e, depois, foi prorrogado por três meses para 300 reais -, houve um intervalo de três meses entre o pagamento do anterior e o novo auxílio.
Programas de manutenção de emprego com redução de salário e jornada e linhas de financiamento para pequenas e micro empresas, que funcionaram em 2020, também foram suspensos. Novos projetos já foram preparados, mas ainda não foram aprovados pelo Congresso.
Perguntado sobre o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que não usa máscaras e, desde o início da epidemia nunca se preocupou em evitar aglomerações, Mourão não quis responder.
"Eu sou vice-presidente. Não compete a mim tecer esse tipo de crítica, para mim é deslealdade. O que tiver que falar a respeito eu falo intramuros", disse.