Brasil

Governo e esposas de PMs iniciam negociação no ES

Paralisação dos policiais militares entra hoje no sexto dia

Greve da PM: policiais querem anistia geral por fazerem greve e aumento de 100% no salário (Reuters)

Greve da PM: policiais querem anistia geral por fazerem greve e aumento de 100% no salário (Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 06h50.

Uma reunião, que terminou no fim da noite de ontem (8), entre secretários do governo do Espírito Santo e representantes das mulheres e das associações de classe dos policiais militares (PMs) estabeleceu um canal de diálogo para acabar com a crise na segurança pública deflagrada pela falta de patrulhamento dos PMs nas ruas. A paralisação entra hoje (9) no sexto dia.

Segundo o secretário de Direitos Humanos, Julio Pompeu, as lideranças do movimento apresentaram uma pauta com dois pontos: anistia geral para todos os policiais, já que são proibidos de fazer greve, e 100% de aumento para toda a categoria.

Segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), o salário base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil.

O secretário informou que foi marcada para hoje à tarde nova reunião para que o governo apresente uma contraproposta. "Ficamos de analisar essa proposta para ver o que podemos efetivamente fazer para que a discussão avance", disse Pompeu.

Mais cedo, o governador em exercício, César Colnago, descartou qualquer possibilidade de reajuste salarial neste momento.

"A população está amedrontada, as pessoas estão morrendo nas ruas. Isso é grave. Os policiais têm plena consciência da gravidade do momento que estamos vivendo. Estou muito confiante que vamos conseguir restaurar a sanidade, porque o que estamos vivendo aqui é um estado de total insanidade", disse o secretário de Direitos Humanos.

Por parte dos policiais militares, estavam representantes da ACS, da Associação de Subtenentes e Sargentos do Espírito Santo e da Associação de Oficiais Militares do estado.

O Comitê Permanente de Negociação é formado, além de Julio Pompeu, pelos secretários da Casa Civil, José Carlos da Fonseca, e de Controle e Transparência, Eugênio Ricas.

Forças Armadas

A partir de hoje, o Espírito Santo deve contar com o patrulhamento de 1.850 homens das Forças Armadas e da Força Nacional.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, anunciou ontem que a Operação Capixaba recebeu o reforço de 550 militares das Forças Armadas.

Além disso, mais 100 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública chegarão a Vitória até hoje e farão patrulhamentos em municípios do interior.

Eles se juntam aos mil homens do Exército e aos 200 da Força Nacional que já estão patrulhando as ruas da região metropolitana da capital.

O governo do Espírito Santo transferiu nessa quarta-feira o controle operacional dos órgãos de segurança pública para o general de brigada Adilson Carlos Katibe, comandante da força-tarefa conjunta e autoridade encarregada das operações das Forças Armadas, O objetivo é promover a garantia da lei e da ordem no estado até 16 de fevereiro.Ônibus

A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória informou que os ônibus do Sistema Transcol voltam a operar de forma gradativa a partir desta quinta-feira. As linhas que passam pelas rodovias do Contorno e Serafim Derenzi não vão circular. A operação, que contará somente com linhas troncais (entre os terminais), vai até as 18h.

Acompanhe tudo sobre:Espírito SantoGrevesPolícia MilitarViolência urbana

Mais de Brasil

Vai viajar no Ano Novo? Veja os melhores horários para pegar a estrada em SP

AGU orienta governo a não pagar R$ 4,2 bilhões em emendas da Câmara após decisão de Dino

Senado afirma que cumpriu exigências e pede para Dino liberar suas emendas de comissão

O que abre e o que fecha no feriado de Ano Novo em SP