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Governo do Rio envia ao STF plano para retomar controle de áreas dominadas pelo crime

Projeto prevê reocupação de comunidades a partir de 2026 e retirada de serviços como gás e internet das mãos de facções

Publicado em 22 de dezembro de 2025 às 20h47.

As autoridades de segurança pública do Rio de Janeiro enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) um plano para retomar o controle de comunidades hoje dominadas pelo crime organizado. A proposta ainda depende de aval da Corte e, se aprovada, deve começar a ser implementada no primeiro trimestre de 2026.

O plano prevê que três comunidades sejam as primeiras a receber a iniciativa: Muzema, Rio das Pedras e Gardênia Azul, todas localizadas na zona sudoeste da capital fluminense. Essas áreas são apontadas por autoridades como territórios onde facções criminosas exercem forte controle territorial e econômico.

A proposta foi apresentada para atender a uma exigência do STF no âmbito da chamada ADPF das Favelas — ação que estabelece regras para operações policiais e cobra do poder público uma presença permanente do Estado nas comunidades, não apenas ações pontuais de segurança.

Segundo o governo do Rio, o objetivo é retirar do crime organizado o controle de serviços básicos, como fornecimento de gás e internet, além de frear a expansão da facção Comando Vermelho. Hoje, esses serviços são explorados ilegalmente por grupos criminosos, que usam a renda para financiar outras atividades ilícitas.

A Secretaria de Segurança Pública afirma que o projeto não repetirá modelos anteriores, como o das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), implantadas a partir de 2008 e posteriormente esvaziadas. A avaliação interna é que iniciativas anteriores falharam por falta de coordenação e continuidade.

Integração e avaliação dos moradores

Entre os pontos apresentados como novidade estão a atuação integrada dos governos federal, estadual e municipal e a realização de pesquisas periódicas com moradores das comunidades. A ideia é medir o nível de satisfação da população com as ações de segurança e com a oferta de políticas públicas.

O plano ainda será analisado pelo STF, que deverá avaliar se a proposta cumpre as diretrizes estabelecidas na ADPF das Favelas. Somente após essa aprovação o governo estadual poderá iniciar a execução do projeto, que é tratado internamente como um teste para futuras reocupações em outras áreas do Rio.

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