Brasil

Governo do Ceará irá apurar agressão à família de ex-senador

“O governo do Ceará informa que repudia qualquer tipo de ação ilegal ou truculenta por parte dos seus agentes de segurança", diz comunicado


	Inácio Arruda: vídeo mostra policiais militares agredindo o ex-senador, sua mulher e sua filha
 (ABr)

Inácio Arruda: vídeo mostra policiais militares agredindo o ex-senador, sua mulher e sua filha (ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2016 às 17h19.

O governo do Ceará determinou hoje (3) que a Controladoria-Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e do Sistema Penitenciário (CGD) apure os fatos relacionados à agressão de policiais militares contra o ex-senador e secretário da Ciência e Tecnologia do estado, Inácio Arruda, e sua filha e esposa, ocorrido ontem (2), em Fortaleza.

“O governo do Ceará informa que repudia qualquer tipo de ação ilegal ou truculenta por parte dos seus agentes de segurança. O compromisso da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado, bem como da sua vinculada Polícia Militar do Ceará, instituição respeitada e de relevantes serviços prestados ao povo cearense, é prover proteção e conforto para o exercício da liberdade”, diz comunicado divulgado pela Casa Civil do governo cearense.

Por volta das 16h30 de ontem (02), a filha do ex-senador, Nara Arruda, estava com mais quatro pessoas (dois homens e duas mulheres) em frente o Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), no bairro Benfica, quando foram abordados por policiais que averiguavam um possível crime de boca de urna envolvendo o grupo.

Nara, que faz parte da União da Juventude Socialista (UJS), negou-se a entregar sua bolsa aos policiais alegando que a denúncia não dizia respeito ao grupo.

Segundo Willamy Macedo, que estava com Nara durante a abordagem policial, os agentes teriam dito que a denúncia era de que cinco mulheres estavam fazendo boca de urna próximo ao IFCE, que é um local de votação.

Vídeo

A confusão teve início quando um dos policiais tentou tomar a bolsa de Nara à força. Nesse momento, Inácio Arruda e sua esposa, a médica Terezinha Braga, já haviam chegado ao local.

Um vídeo publicado na página do Facebook do deputado federal Chico Lopes (PcdoB-CE) mostra os três abraçados quando policias puxaram Nara, deram uma “gravata” em Inácio Arruda e empurraram Terezinha.

As duas mulheres que estavam com a filha do secretário – Germana Amaral, dirigente da União Nacional dos Estudantes (UNE) no Ceará; e Andrea Oliveira, da direção estadual do PCdoB – também ficaram feridas.

A Polícia Militar levou todos os envolvidos para a Superintendência Regional da Polícia Federal, onde prestaram depoimento. O vice-presidente estadual do PCdoB, Benedito Bizerril, disse que os procedimentos duraram a noite toda e, em seguida, os envolvidos foram encaminhados à Perícia Forense do Ceará para realizar exame de corpo de delito. Bizerril espera que o caso seja remetido à Justiça Eleitoral, onde também será apresentada a denúncia de agressão.

A direção do PCdoB no Ceará divulgou nota de repúdio pelas agressões. “Não é um fato isolado e se insere num projeto maior das forças de inspiração fascista que se utilizam de setores do aparato policial militar, sob sua influência, visando intimidar os que não concordam e se opõem ao projeto autoritário, inclusive no período eleitoral, com o objetivo claro de beneficiar determinados candidatos, identificados com essas posturas”, disse o partido.

Pelo Facebook, Nara agradeceu hoje o apoio e a solidariedade de amigos. “Tenho muita tranquilidade quanto aos meus atos cidadãos, honestos e dignos, que sempre mantenho desde que me entendo por gente. É assim que fazemos política na minha família e no meu partido”, escreveu.

Acompanhe tudo sobre:CearáPoliciais

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP