Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 16 de julho de 2024 às 10h25.
Última atualização em 16 de julho de 2024 às 15h36.
O governo Tarcísio de Freitas confirmou nesta terça-feira, 16, que a Equatorial será a investidora estratégica da Sabesp privatizada após cumprir as exigências previstas no prospecto da oferta pública para adquirir o bloco prioritário de 15% das ações da empresa. A oferta foi de R$ 67 por ação, 10% abaixo do valor da companhia na Bolsa na época.
“A Equatorial é uma empresa multi-utilities, com reputação no mercado e capacidade de investimento que certamente auxiliarão para que consigamos atingir os objetivos da desestatização. A conjugação da reconhecida gestão e governança da Equatorial com a expertise de construção e operação no setor de saneamento do qualificado corpo técnico da Sabesp contribuirá para o alcance da universalização, de forma antecipada, levando o serviço para quem hoje não tem acesso”, afirmou a secretária de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, Natália Resende, em nota.
Na última segunda-feira foi encerrado o período de bookbuilding, ou seja, quando investidores de diferentes perfis, inclusive pessoas físicas, funcionários e aposentados da Sabesp, puderam fazer suas intenções de investimento em 17% das ações da Sabesp pertencentes ao governo. O book foi concluído com o atingimento da cobertura mínima, isto é, o volume de sobredemanda mínimo com base nas ordens recebidas dos investidores.
A oferta vai agora para a fase de precificação, quando será apurado o preço e o volume finais da oferta, e o resultado deverá ser anunciado na quinta-feira, 18 de julho, nos termos já definidos no prospecto. A liquidação da oferta pública está prevista para o dia 22 de julho.
A oferta pública de ações da Sabesp será conduzida pelos bancos coordenadores BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), Bank of America, Citi, UBS BB e Itaú BBA. A venda de ações será dividida em dois grupos:
A Equatorial foi a única empresa a apresentar uma proposta para levar a fatia de 15% e vai ficar amarrada a um acordo de acionistas de cinco anos com o estado, até 2030, que lhe dá o direito de indicar o CEO e o chairman da companhia. A Aegea, a outra companhia que mostrou interesse no processo, desistiu de apresentar a proposta durante o processo.
Um dos motivos da saída da Aegea do páreo gira em torno da cláusula de "right to match", que permitia que o investidor que conseguisse o melhor preço na segunda etapa pudesse aumentar sua oferta inicial. A cláusula não agradou à companhia, pela percepção de que ela favoreceria a Equatorial, que é listada e já é mais conhecida pelo mercado.
Outra questão que pesou para a Aegea foram as cláusulas de non-compete — a companhia é a maior empresa privada de saneamento do país, com um pipeline agressivo de expansão, enquanto a Equatorial tem apenas uma concessão pequena no Amapá.