Governo de SP cogita transferir pacientes com covid-19 da capital
Na capital paulista, segundo o prefeito Bruno Covas, já existem hospitais municipais com 100% de ocupação
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de abril de 2020 às 13h16.
Última atualização em 17 de abril de 2020 às 13h27.
Diante da lotação nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nos hospitais públicos da Grande São Paulo , o governo do Estado abriu possibilidade para transferir pacientes para centros médicos do interior, onde a pressão por atendimento em decorrência do coronavírus ainda não é tão forte quanto na região metropolitana.
"Não há possibilidade de nós transferirmos leitos de um hospital para outro nessa situação. Ocorre que todos os casos que são positivos vão para uma central de regulação dos serviços de saúde", disse o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. "Obviamente, estamos dando preferência, neste momento, aos hospitais dentro de São Paulo e da Grande São Paulo. Mas os leitos existem também no interior de São Paulo. Então, o que transferimos é o paciente."
Nesta sexta, o governador João Doria também confirmou que irá estender o período de quarentena do estado até maio.
Germann afirmou ainda que não cogita requisitar legalmente leitos de internação da rede privada, uma vez que já há tratativas para que os hospitais particulares recebam pacientes vindos do Sistema Único de Saúde (SUS).
A ação de transferir pacientes para cidades menos densas já foi adotada em outros países, como na França. Na capital paulista, segundo o prefeito Bruno Covas (PSDB), "já existem hospitais municipais com 100% de ocupação dos leitos de UTI e a rede já conta com mais de 60% das vagas ocupadas".
O Instituto de Infectologia Emílio Ribas, referência no setor, já tem todos os 30 leitos de UTI ocupados. O quadrilátero que inclui o centro médico e o Hospital das Clínicas apresenta 80% de ocupação, porcentual parecido com o da zona leste, segundo a Prefeitura.
Covas publicou decreto nesta quinta-feira em que determina que todos os hospitais da cidade, públicos, privados ou filantrópicos, devem informar diariamente quantos leitos de UTI possuem e quantos estão utilizados.
No Estado
São Paulo é o Estado mais atingido pela epidemia do novo coronavírus , com 853 óbitos pela doença. Foram 75 mortes nas últimas 24 horas, de acordo com balanço da Secretaria Estadual da Saúde divulgado nesta quinta-feira. Na capital paulista, são 603 mortes. Em resumo, o Estado registrou nesta semana uma morte a cada 30 minutos pelo novo coronavírus.
Os casos confirmados são 11.568, com 525 novos casos nas últimas 24 horas. De acordo com o governo do Estado, 199 municípios já foram afetados pela doença e 83 deles apresentam registro de óbito.
O Sistema de Monitoramento Inteligente (SIMI-SP), que usa o compartilhamento de informações de celulares, mostra que o porcentual de isolamento social no Estado foi de 50% nesta quarta-feira (15).
De acordo com o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo, David Uip, a adesão ideal - que permitiria reduzir a propagação do vírus e o isolamento social seria de 70%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.