Polícia Militar: "Força Tarefa" terá o objetivo de obter informações de inteligência para facilitar o combate ao crime organizado (Divulgação/PMSP)
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2013 às 13h35.
São Paulo - O Governo do estado de São Paulo anunciou nesta segunda-feira a criação de uma "força conjunta" para combater o crime organizado, em particular o Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua de dentro dos presídios.
O anúncio foi feito pelo governador, Geraldo Alckmin, após uma reunião de emergência com os secretários de Segurança Pública, Fernando Grella, e de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, além dos comandantes da Polícias Civil e Militar (PM).
A reunião foi convocada após a divulgação pelo jornal "Estado de S.Paulo" trechos de uma investigação do Ministério Público que aponta que o PCC planejava resgatar prisioneiros, atentar contra a vida de autoridades, dentre elas a do próprio Alckmin, e participar de atividades políticas.
A "Força Tarefa", como denominou Alckmin ao grupo especial que será criado, terá o objetivo de obter informações de inteligência para facilitar o combate ao crime organizado.
Uma equipe especial da Controladoria da Polícia checará a participação de agentes nas ações criminosas do PCC. Só neste ano cem policiais foram afastados por suspeita de envolvimento com o grupo.
As autoridades pretendem transferir os presos da cúpula do PCC, liderados por Marco Willians Herbas Camacho, o "Marcola", como sugeriu o Ministério Público, que denunciou 175 pessoas, a maioria já de detentos que comandam o grupo de dentro das prisões paulistas.
"O governo apoia a transferência. Nós não fizemos as penitenciárias para líderes de grupos criminosos", ressaltou Alckmin.
Existem ao todo 33 pedidos para que presos sejam transferidos para o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), uma espécie de isolamento preventivo nas prisões de segurança máxima.
Outra das medidas anunciadas por Alckmin será a de abrir uma licitação para a instalação de bloqueadores de sinais de telefonia celular dentro de 23 presídios do estado, onde 90% das prisões, segundo o Ministério Público, são controlados pelo PCC.
Recentes gravações de intercepções telefônicas do Ministério Público revelaram que o PCC tem contatos com traficantes de Bolívia e Paraguai, com os quais negociava através de membros do grupo instalados em cidades da fronteira.