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Governo apura quem da PF está por trás de gravações de Calero

"O que eu fiz, até por sugestão de alguns amigos que tenho na PF, foi gravar ligações telefônicas", disse o ex-ministro

Governo: "é uma gravação absolutamente burocrática, inclusive eu fiz questão que essa conversa fosse muito protocolar", disse o Calero (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Governo: "é uma gravação absolutamente burocrática, inclusive eu fiz questão que essa conversa fosse muito protocolar", disse o Calero (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 28 de novembro de 2016 às 16h49.

Brasília - O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse, por meio de sua assessoria, que não vai comentar sobre o fato de o ex-ministro Marcelo Calero ter dito em entrevista ao Fantástico que foi orientado por "amigos da Polícia Federal" a fazer gravações que respaldassem suas acusações contra o presidente Michel Temer, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

"O que eu fiz, até por sugestão de alguns amigos que tenho na PF, nos momentos finais, para me proteger e para dar o mínimo de lastro probatório sobre aquilo que eu relatei no meu depoimento, eu fiz algumas gravações telefônicas, ou seja, de pessoas que me ligavam", disse o ex-ministro.

Calero afirmou que entre essas gravações há uma conversa dele com o presidente da República, Michel Temer, por telefone. "É uma gravação absolutamente burocrática, inclusive eu fiz questão que essa conversa fosse muito protocolar. Tive a preocupação de não induzir o presidente a entrar em qualquer tema para não criar prova contra si", complementou.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou, contudo, que o Palácio do Planalto estranhou a afirmação do ex-ministro e busca identificar quem da Polícia Federal orientou Calero a gravar o presidente da República e outros envolvidos no episódio.

Calero acusou a cúpula do governo de pressioná-lo para interferir numa decisão do Iphan nacional que embargou a construção de um prédio em Salvador onde ex-ministro Geddel comprou um imóvel na planta. Temer, Padilha e Geddel sustentam que solicitaram apenas que o caso fosse remetido do Iphan nacional para análise da Advocacia-Geral da União (AGU).

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