Governadores querem que Brasil peça ajuda da ONU com vacinas contra covid
Governadores tiveram a primeira reunião nesta sexta com o presidente do Senado, que foi encarregado de fazer a interlocução entre os chefes estaduais e o comitê de combate à crise do coronavírus
Reuters
Publicado em 26 de março de 2021 às 19h59.
Última atualização em 26 de março de 2021 às 20h14.
Governadores sugeriram nesta sexta-feira, em reunião com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que o comitê contra a covid-19 criado nesta semana peça "ajuda diferenciada" à Organização das Nações Unidas ( ONU ), à aliança global de vacinas Gavi e a outros países para a imunização no Brasil, afirmou o governador do Piauí, Wellington Dias (PT).
Dias e outros governadores tiveram a primeira reunião nesta sexta com o presidente do Senado, que foi encarregado de fazer a interlocução entre os chefes dos Executivos estaduais e o comitê de enfrentamento à crise do coronavírus, que deve se reunir na segunda-feira no Palácio do Planalto sob liderança do presidente Jair Bolsonaro.
"Nós pedimos aqui, no tema da vacina, para que possamos realizar um pedido de audiência do Congresso Nacional com o fórum dos governadores, com a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a presença da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), mas na ONU, ou seja, o secretário nacional das Nações Unidas poder nos receber e tratar junto com a OMS, com a Opas, com a Gavi, de uma ajuda diferenciada, assim como os outros países, para o Brasil", disse o governador em vídeo distribuído por sua assessoria.
"O que o Brasil mais precisa? De vacina. Essa é a ajuda que esperamos do mundo", disse, acrescentando que também foi sugerida uma agenda com o Reino Unido, com a Universidade de Oxford e a AstraZeneca — responsável pela primeira vacina contra covid-19 contratada pelo governo federal.
A Gavi é uma parceria público-privada apoiada pela Fundação Bill & Melinda Gates, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo Banco Mundial, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e outros, que organiza compras de vacinas em grande escala para diminuir os custos em países pobres.
Dias relatou ainda ter feito o pedido para que o comitê possa se engajar em uma campanha de prevenção, orientando a adoção de medidas básicas como a utilização de máscaras, distanciamento físico e isolamento em caso de sintomas, além das medidas de restrição que municípios e estados têm adotado, "como uma passagem em direção à saída segura, que é vacina".
Governadores também pleitearam que possa ser pago um auxílio aos vulneráveis referente aos meses de janeiro, fevereiro e março, no valor de 600 reais. O governo deve iniciar o pagamento de auxílio por quatro meses a partir de abril, mas no valor médio de 250 reais.
Pacheco, no entanto, afirmou na saída da reunião que não é possível reeditar a ajuda financeira no valor de 600 reais. O presidente do Senado aproveitou para reafirmar que o foco da Casa está na vacinação em massa, de forma a garantir "segurança sanitária" para a roda da economia voltar a girar.