Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. (Adriano Machado/Reuters)
Reuters
Publicado em 26 de março de 2021 às 12h49.
Última atualização em 26 de março de 2021 às 14h15.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), fez nesta sexta-feira a avaliação de que não é possível o governo federal reeditar o valor do auxílio emergencial aos vulneráveis atingidos pela pandemia de Covid-19 pago no ano passado, após reunir-se com governadores para tratar de ações de combate ao coronavírus.
"Quanto ao auxílio emergencial, nós temos que trabalhar com a realidade que existe no Brasil", disse Pacheco a jornalistas após a reunião com governadores e também depois de receber uma visita do presidente Jair Bolsonaro, que foi à residência oficial da presidência do Senado após o encontro com os chefes de Executivos estaduais.
"Óbvio que todos nós gostaríamos de reeditar o do ano passado no valor de 600 reais, mas não foi possível em razão da responsabilidade fiscal e do Orçamento", acrescentou.
O presidente do Senado disse ainda que o foco principal da Casa é a vacinação em massa contra a Covid-19, pois, segundo ele, é isso que dará "segurança sanitária" para que a roda da economia volte a girar.
Ele disse que na segunda-feira deve acontecer uma reunião do comitê de coordenação nacional de combate à Covid-19 no Palácio do Planalto sob liderança de Bolsonaro.
Na véspera, 16 governadores pediram em carta a Pacheco e ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a adoção de providências para a segurança de renda da população, com um auxílio emergencial em valor superior à média de 250 reais oferecida pelo governo.
Na carta, 16 governadores manifestam apoio as 300 organizações que compõem a "Campanha Renda Básica que Queremos", e defendem que a garantia de renda à população precisa estar associada à adoção de medidas de isolamento social diante do agravamento da Covid-19 no país.
Pacheco voltou a criticar a condução do Ministério das Relações Exteriores pelo chanceler Ernesto Araújo. Ele relatou ter manifestado ao presidente Jair Bolsonaro, que o visitou nesta sexta-feira (26) em sua residência oficial, que a política externa do País "precisa melhorar".
Há uma crescente pressão no Congresso pela demissão de Araújo. O clima se tornou ainda mais tenso durante sessão temática na última quarta-feira (24) com questionamentos ao embaixador sobre a atuação do Itamaraty na busca por vacinas contra a covid-19.
Não só as respostas de Araújo deixaram senadores insatisfeitos como um gesto ofensivo feito pelo assessor especial de assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, gerou pedidos por sua retirada das dependências do Senado e foram considerados, a depender da interpretação, desde obscenos a um símbolo usado por supremacistas brancos.
Pacheco repetiu, nesta sexta-feira, que o ato de Martins será investigado pela Polícia Legislativa. O parlamentar disse que o gesto é inaceitável, quer tenha sido fruto de brincadeira de mau gosto ou, de fato, intenções mais graves.
O presidente do Senado também voltou a ressaltar que a decisão sobre demitir ou não Araújo cabe apenas a Jair Bolsonaro.