Governadores cobram medidas da União contra a crise
Sem consenso e diante da instabilidade política, deixaram de lado a discussão sobre a CPMF
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 07h14.
Brasília - Dez governadores da base e da oposição à presidente Dilma Rousseff apresentaram nesta segunda-feira, 28, ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, uma lista com sete medidas que consideram prioritárias para o enfrentamento da crise econômica.
Mas sem consenso e diante do contexto de instabilidade política, os chefes do Executivo estaduais deixaram de lado a discussão sobre a recriação da CPMF.
O novo tributo é principal bandeira do governo federal para tentar minimizar os efeitos da crise e prioridade da agenda legislativa do Planalto para 2016. Na semana passada, a sua primeira entrevista à frente do ministério da Fazenda, Barbosa havia defendido a CPMF .
Em um encontro em setembro, 21 dos 27 governadores haviam apoiado seu retorno. Mas ontem, após reunião de dez governadores (SP, RJ, MG, TO, GO, BA, RS, PI, PE e DF) e um vice (MA), ele saiu da lista.
Um dos principais aliados da presidente, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que a falta de consenso dificulta a discussão do tema. "Essa é uma possibilidade, mas não une todos os governos", afirmou. "A pauta foi aquilo que é consensual. (A CPMF) vai ser debatida e retomada a partir de fevereiro", declarou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), a crise política impede a discussão do assunto. "Precisa discutir, mas o ambiente político não permite se deliberar nada", justificou.
Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), um dos articuladores do encontro de ontem, defendeu a proposta de reedição da CPMF que cria uma alíquota de 0,38%, sendo 0,20% repassado à União e 0,18% a Estados e municípios. Mas admitiu que ela não é "fácil".
"Não é uma proposta fácil, mas avaliamos que há necessidade dessa fonte de receita enquanto a gente encontra a retomada do crescimento", comentou o governador piauiense.
Os chefes dos Executivos estaduais decidiram fazer reuniões mensais em Brasília como forma de pressão política para liberação de crédito, por exemplo, e renegociação das dívidas estaduais com o governo federal.
Na lista elaborada, também há pautas que serão tratadas com os comandos da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. O próximo encontro foi marcado para fevereiro.
Prioridades
O primeiro item da lista é a retomada das operações de crédito.
"Nós passamos este ano praticamente inteiro com capacidade de contrair crédito sem ter autorização. Pegando o exemplo de São Paulo, temos espaço (para contrair crédito, pela Lei de Responsabilidade Fiscal) e podemos fazer empréstimo fora do Brasil, só que não tinha autorização do governo", disse Alckmin.
De acordo com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o ministro da Fazenda prometeu uma posição sobre a discussão de operações de crédito até o final de janeiro, para que os Estados possam se organizar.
"Ele disse que está definindo um volume de recursos que serão repartidos entre os Estados que tiverem em condições de receber operações de crédito, os que tiverem um programa de ajuste fiscal adequado", afirmou.
Os governadores também querem compensação de dívidas do governo federal - previdenciárias, por exemplo - com os Estados para abater do que precisam pagar para a União, além da regulamentação do novo indexador da dívida.
Barbosa lembrou aos governadores que é ministro "há apenas sete dias", ficou de analisar as demandas e deixou a reunião sem falar com os jornalistas.
Impeachment
Os governadores negaram ter discutido sobre apoio ao governo no debate envolvendo o impedimento da presidente Dilma Rousseff.
No entanto, alguns deles apontaram que a melhoria no quadro econômico do País melhora o cenário político do governo.
"Ajuda a melhorar o ambiente político e, melhorando o ambiente político, ajuda a melhorar a economia. É muito grave a situação econômica e social", ressaltou Alckmin. Paulo Câmara defendeu uma conclusão célere para o processo independentemente do resultado.
"Enquanto isso não for deliberado, o Brasil vai ficar parado", ponderou.
Brasília - Dez governadores da base e da oposição à presidente Dilma Rousseff apresentaram nesta segunda-feira, 28, ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, uma lista com sete medidas que consideram prioritárias para o enfrentamento da crise econômica.
Mas sem consenso e diante do contexto de instabilidade política, os chefes do Executivo estaduais deixaram de lado a discussão sobre a recriação da CPMF.
O novo tributo é principal bandeira do governo federal para tentar minimizar os efeitos da crise e prioridade da agenda legislativa do Planalto para 2016. Na semana passada, a sua primeira entrevista à frente do ministério da Fazenda, Barbosa havia defendido a CPMF .
Em um encontro em setembro, 21 dos 27 governadores haviam apoiado seu retorno. Mas ontem, após reunião de dez governadores (SP, RJ, MG, TO, GO, BA, RS, PI, PE e DF) e um vice (MA), ele saiu da lista.
Um dos principais aliados da presidente, o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB), disse que a falta de consenso dificulta a discussão do tema. "Essa é uma possibilidade, mas não une todos os governos", afirmou. "A pauta foi aquilo que é consensual. (A CPMF) vai ser debatida e retomada a partir de fevereiro", declarou o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB).
Para o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), a crise política impede a discussão do assunto. "Precisa discutir, mas o ambiente político não permite se deliberar nada", justificou.
Já o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), um dos articuladores do encontro de ontem, defendeu a proposta de reedição da CPMF que cria uma alíquota de 0,38%, sendo 0,20% repassado à União e 0,18% a Estados e municípios. Mas admitiu que ela não é "fácil".
"Não é uma proposta fácil, mas avaliamos que há necessidade dessa fonte de receita enquanto a gente encontra a retomada do crescimento", comentou o governador piauiense.
Os chefes dos Executivos estaduais decidiram fazer reuniões mensais em Brasília como forma de pressão política para liberação de crédito, por exemplo, e renegociação das dívidas estaduais com o governo federal.
Na lista elaborada, também há pautas que serão tratadas com os comandos da Câmara, do Senado e do Supremo Tribunal Federal. O próximo encontro foi marcado para fevereiro.
Prioridades
O primeiro item da lista é a retomada das operações de crédito.
"Nós passamos este ano praticamente inteiro com capacidade de contrair crédito sem ter autorização. Pegando o exemplo de São Paulo, temos espaço (para contrair crédito, pela Lei de Responsabilidade Fiscal) e podemos fazer empréstimo fora do Brasil, só que não tinha autorização do governo", disse Alckmin.
De acordo com o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), o ministro da Fazenda prometeu uma posição sobre a discussão de operações de crédito até o final de janeiro, para que os Estados possam se organizar.
"Ele disse que está definindo um volume de recursos que serão repartidos entre os Estados que tiverem em condições de receber operações de crédito, os que tiverem um programa de ajuste fiscal adequado", afirmou.
Os governadores também querem compensação de dívidas do governo federal - previdenciárias, por exemplo - com os Estados para abater do que precisam pagar para a União, além da regulamentação do novo indexador da dívida.
Barbosa lembrou aos governadores que é ministro "há apenas sete dias", ficou de analisar as demandas e deixou a reunião sem falar com os jornalistas.
Impeachment
Os governadores negaram ter discutido sobre apoio ao governo no debate envolvendo o impedimento da presidente Dilma Rousseff.
No entanto, alguns deles apontaram que a melhoria no quadro econômico do País melhora o cenário político do governo.
"Ajuda a melhorar o ambiente político e, melhorando o ambiente político, ajuda a melhorar a economia. É muito grave a situação econômica e social", ressaltou Alckmin. Paulo Câmara defendeu uma conclusão célere para o processo independentemente do resultado.
"Enquanto isso não for deliberado, o Brasil vai ficar parado", ponderou.