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Goldman defende prévias no PSDB até março de 2014

"O Serra é o único do partido que se diz candidato. Se eles dois (Serra e Aécio) decidirem ser candidato, faremos prévias", afirmou o vice-presidente do PSDB


	José Serra: Na quinta-feira, 22, o ex-governador afirmou que "é possível" que ele concorra
 (Paulo Whitaker/Reuters)

José Serra: Na quinta-feira, 22, o ex-governador afirmou que "é possível" que ele concorra (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2013 às 15h26.

São Paulo - O ex-governador de São Paulo e vice-presidente do PSDB Alberto Goldman defendeu, na tarde desta sexta-feira, 23, em entrevista exclusiva ao Broadcast Político, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, que seu partido faça uma consulta prévia aos filiados até março do ano que vem para decidir quem será o candidato tucano à Presidência da República.

Na quinta-feira, 22, o ex-governador José Serra (PSDB) afirmou que "é possível" que ele concorra. Até então, o nome do senador e presidente nacional da legenda, Aécio Neves (MG), era o que vinha sendo colocado como o de consenso para a disputa.

"O Serra é o único do partido que se diz candidato. Se eles dois (Serra e Aécio) decidirem ser candidato, faremos prévias", afirmou Goldman. O ex-governador ressaltou que Aécio tem declarado que a decisão sobre quem será o candidato do PSDB será tomada apenas no ano que vem.

Para Goldman, a consulta deve ser feita com todos os filiados do partido, apesar de dirigentes da sigla reconhecerem que o cadastro de parte dos quase 1,3 milhão de filiados esteja desatualizada. "Dentro dos mecanismos que nos restam, acho que é a maneira mais democrática de tomarmos essa decisão".

Para o ex-governador, o prazo legal para a realização da convenção do partido, em junho de 2014, deixa pouco tempo para negociar alianças e fazer campanha. Por isso, ele defende que a decisão seja tomada até março. "Aí temos tempo de conversar com outros partidos, nos posicionar com a sociedade, já que teremos seis ou sete meses", disse.

Indagado sobre se a eventual entrada de Serra na disputa poderia enfraquecer a posição de união do partido na disputa das eleições do ano que vem, ele negou. "A união partidária será depois da decisão (sobre quem será o candidato). Daí, quem for o escolhido terá todo o apoio e o preterido deve apoiar também", avaliou.


Lula e Dilma

Alberto Goldman atribuiu à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a culpa pelo atual cenário econômico brasileiro, marcado por um "baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), alta da inflação e desindustrialização". Goldman disse que a força de Lula como padrinho político de nomes desconhecidos em eleições majoritárias está comprometida. "Ele não terá o mesmo papel de antes, já que é um dos responsáveis pela situação de dificuldades que estamos vivendo hoje."

Ao falar sobre a influência de Lula nas eleições, o vice-presidente do PSDB continua: "E não só pela criação do poste (em referência à expressão utilizada por adversários para definir a então candidata Dilma, afilhada política de Lula nas eleições presidenciais de 2010), já que a gente verifica hoje que o poste começa a se apagar de fato. Mas por todas as medidas que ele tomou nesses últimos anos, aproveitando um ciclo econômico mundial muito favorável, mas levando o País a essa crise que estamos vivendo hoje."

Nas últimas duas eleições, 2010 e 2012, Lula lançou candidatos desconhecidos a cargos majoritários, conseguindo elegê-los. Além da presidente Dilma, em 2010, no ano passado o então ministro da Educação Fernando Haddad, que nunca havia disputado uma eleição, foi candidato e se elegeu prefeito de São Paulo com o apoio de Lula. Em ambas eleições, os afilhados políticos do ex-presidente petista derrotaram, no segundo turno, o então candidato do PSDB José Serra.

Para Goldman, o atual modelo implantado pelos governos do PT "está esgotado". "Estamos sofrendo hoje aquilo que a gente (PSDB) dizia no passado que iria acontecer. Infelizmente está acontecendo. Precisamos ter clareza de que esse modelo que eles (petistas) implantaram no País está esgotado. Acabou a era PT", concluiu.

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