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Gleisi admite que Haddad pode abrir mão de nova Constituinte

Senadora disse que Haddad poderá diminuir o número de visitas ao ex-presidente Lula, preso em Curitiba, se a dinâmica da campanha assim o exigir

Gleisi: "Vamos sentar com os partidos agora. Possivelmente vamos ter que fazer essa revisão" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Gleisi: "Vamos sentar com os partidos agora. Possivelmente vamos ter que fazer essa revisão" (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 8 de outubro de 2018 às 20h43.

São Paulo - A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, admitiu nesta segunda-feira que o partido pode retirar do programa de governo do presidenciável Fernando Haddad a ideia de uma nova Constituinte, a pedido dos partidos aliados.

A ideia, cara ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, criou enorme desgaste a Haddad, que defendeu a ideia em uma entrevista de campanha.

O candidato afirmou que pretendia seguir o que estava no programa e criar condições, se fosse possível, para uma Constituinte. A proposta foi comparada à fala do vice de Jair Bolsonaro (PSL), general da reserva Hamilton Mourão, que falou sobre uma Constituinte formada por "notáveis", e não pessoas eleitas.

O presidenciável do PSL venceu o primeiro turno e disputará contra o candidato petista a segunda rodada no final do mês.

"Vamos sentar com os partidos agora. Possivelmente vamos ter que fazer essa revisão. Já havia solicitação do PCdoB e há de outros partidos. Acredito que é de bom tom fazer essa revisão", disse Gleisi a jornalistas, em São Paulo.

A senadora disse ainda que Haddad poderá diminuir o número de visitas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, preso em Curitiba, se a dinâmica da campanha assim o exigir, já que são apenas três semanas até o segundo turno, mas defendeu as visitas semanais de Haddad a Lula.

"Não vamos problema nenhum em consultar o presidente Lula como a qualquer outra liderança política, nem Haddad vê. O presidente é uma das maiores lideranças desse país. Mas não sei como vai ser, depende do tempo, disposição para ele conversar. Se for possível ele vai", disse.

"Mas nós já temos a linha da campanha", acrescentou.

As visitas semanais de Haddad a Lula têm sido usadas contra Haddad, que é acusado de ir a Curitiba receber ordens de um "presidiário".

Nesta segunda-feira, depois da visita, Haddad deu entrevista, sua primeira depois do primeiro turno, em um hotel de Curitiba. Pela primeira vez a campanha optou por evitar que o candidato falasse em frente à superintendência da Polícia Federal, onde Lula está preso.

 

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