Gestão de Parque Olímpico pela União preocupa MPF no Rio
Em visita ao Parque Olímpico o procurador da República Leandro Mitidieri verificou o estado das quatro arenas sob responsabilidade da União
Agência Brasil
Publicado em 16 de março de 2017 às 18h17.
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) solicitou ao Ministério do Esporte informações sobre a gestão de quatro estádios do Parque Olímpico da Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense.
Em 26 de dezembro de 2016, após o cancelamento da licitação para a realização de uma parceria público-privada para administração do legado, a prefeitura do Rio de Janeiro repassou para a União a responsabilidade de administrar: as Arenas Cariocas 1 e 2, o Velódromo e Centro Olímpico de Tênis.
As demais áreas são de responsabilidade da prefeitura do Rio de Janeiro ou da Concessionária Rio Mais.
Em visita ao Parque Olímpico, na sexta-feira (10), o procurador da República Leandro Mitidieri, coordenador do Grupo de Trabalho Olimpíadas, verificou o estado das quatro arenas sob responsabilidade da União. Segundo ele, apenas 30 pessoas administram os equipamentos e somente cinco em regime exclusivo.
"É uma situação preocupante. Antes havia 300 funcionários", disse o procurador, que também demonstrou preocupação com gastos de manutenção como a do velódromo, que possui um tipo de madeira importada, que exige uso constante do ar condicionado.
"São muitos questionamentos. Vamos acompanhar tudo de perto para que não haja danos ao Erário. Isso olhando para o futuro, agora tem a questão do passado, porque não houve planejamento", criticou o procurador.
"Quando cobramos judicialmente o plano de legado e o de uso de legado, antes das Olimpíadas, anunciaram que a iniciativa privada assumiria a gestão do parque e de repente isso cai nas mãos da União que não tinha preparação prévia para essa incumbência, o que é uma consequência gravíssima", completou.
O Ministério do Esporte informou que um grupo de transição detalhou os custos da operação e está elaborando, em parceria com outras entidades desportivas, planejamento de uso do parque.
O grupo trabalha nas instalações do Velódromo Olímpico.
Ainda segundo o ministério, uma agenda de ocupação do parque prevê uma série de eventos testes para ajudar a conhecer as arenas e promover o esporte e as modalidades.
Um dos eventos, segundo o ministério, ocorreu na reabertura do parque, no dia 5 de fevereiro, com um amistoso de vôlei entre os campeões olímpicos Alisson e Bruno Schimidt e os norte-americanos Dalhausser e Lucena.
Na ocasião, foram assinados três acordos de cooperação com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Comitê Brasileiro de Clubes para estudar a melhor destinação das instalações esportivas e contribuir para o esporte de alto rendimento e educacional nesses locais.
A pasta informou também que, nos dias 18, 19, 20 e 21 de maio, no Velódromo sediará o evento Bike Weekend e a etapa do campeonato carioca de ciclismo.
No Centro Olímpico de Tênis, haverá no mesmo período, as etapas do circuito mundial de vôlei de praia.
Os eventos contarão com a parceria da Confederação Brasileira de Ciclismo e da Confederação Brasileira de Vôlei.
A Arena 2 deve ser transformada em centro de treinamento para algumas modalidades e a Arena 1 deve permanecer como espaço para competições e eventos.
Projetos sociais também devem ser desenvolvidos nos espaços, a exemplo do Brincando no Esporte, uma parceria com a Universidade Federal Fluminense que oferece atividades de esporte e lazer para crianças, durante o período de férias.
O Parque Olímpico foi sede de nove modalidades olímpicas, entre elas, basquete, natação, polo aquático, ciclismo de pista, ginástica e tênis.