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Geddel vai depor dia 6 sobre suposta pressão a Funaro

O caso levou o emedebista pela primeira vez à para a prisão, em julho de 2017, antes da descoberta do bunker dos R$ 51 milhões

Geddel Vieira: o MPF sustenta que o ex-ministro monitorou e constrangeu a mulher de Funaro com a intenção de "influenciá-lo" (Ueslei Marcelino/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 20h51.

São Paulo - O ex-ministro Geddel Vieira (MDB) será interrogado na próxima terça-feira, 6, no âmbito de ação penal que responde por suposta tentativa de barrar a delação premiada de Lúcio Funaro.

O caso, investigado na Operação Cui Bono?, levou o emedebista pela primeira vez à para a prisão, em julho de 2017, antes da descoberta do bunker dos R$ 51 milhões.

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Os procuradores Anselmo Lopes Cordeiro e Sara Moreira denunciaram, em agosto de 2017, o ex-ministro Geddel Vieira Lima pelo crime de obstrução de Justiça no âmbito das operações Sépsis e Cui Bono? pela suposta pressão exercida pelo emedebista para que Funaro permanecesse em silêncio e não partisse para um acordo de colaboração premiada.

Na denúncia contra Geddel, o MPF sustenta que, após a prisão de Funaro, o ex-ministro monitorou e constrangeu a mulher do corretor, Raquel Pitta, com a intenção de "influenciá-lo" a não colaborar com as investigações referentes às operações Cui Bono e Sépsis, que tratam de desvios na Caixa.

O ex-ministro, que antes não mantinha contato com a mulher de Funaro, teria passado a fazer insistentes ligações para ela, especialmente nas sextas-feiras, dia que visitava o marido na prisão. Muitas vezes, os telefonemas eram no período da noite, a propósito de perguntar sobre o "estado de ânimo" de Funaro.

Por meio de seu advogado, Bruno Espiñeira, Funaro fez chegar à PF "impressos de ligações" recebidas por Raquel via WhatsApp. As ligações foram feitas por um certo "Carainho", que, segundo os investigadores, é Geddel.

Em audiência de custódia, quando foi preso pela primeira vez e chorou, de cabeça raspada, em frente às câmeras da 10ª Vara Federal. Na ocasião, ele negou obstrução, mas admitiu mais de dez ligações com a mulher do doleiro.

"Acabei de dizer que nesta ligação se tratou exatamente: 'como vai você?', porque é o mínimo. 'Sua família está bem?' Não se tratou de marido dela, de esposo dela, nada disso", afirmou Geddel.

Questionado a respeito de quantas ligações fez a Raquel Pitta, esposa de Funaro, o ex-ministro relatou que conversou com ela "mais de dez vezes". Sempre, segundo o emedebista, o teor era o mesmo: "Isso: 'Como vai? Tudo bem?' Ela me ligava".

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