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Gastos militares batem recorde em 2010. América do Sul é destaque

O Brasil pesou no balanço de compras, depois de encomendar helicópteros e submarinos

Apesar dos gastos, o governo Dilma tem sinalizado que deve deixar para o ano que vem a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (Agência Brasil)

Apesar dos gastos, o governo Dilma tem sinalizado que deve deixar para o ano que vem a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2011 às 11h58.

Estocolmo/São Paulo - Os gastos militares atingiram patamar recorde em 2010, a 1,6 trilhão de dólares, segundo o Instituto Internacional de Estudos da Paz de Estocolmo (Sipri, na sigla em inglês). A América do Sul foi a região que registrou maior crescimento nestes gastos, principalmente por conta do Brasil.

De acordo com relatório do Sipri, os gastos militares da América do Sul somaram 63,3 bilhões de dólares no ano passado, um crescimento de 5,8 por cento em relação ao ano anterior. Entre 2001 e 2009, os gastos militares dos países da região tiveram, em média, crescimento anual de 3,7 por cento.

"Esse aceleração do crescimento na América do Sul é surpreesurpreendentedente, dada a falta de ameaças militares reais para a maioria dos Estados da região, e a existência de necessidades sociais mais preeminentes", afirma o Sipri no relatório.

O Brasil, que recentemente fechou acordos para compras de helicópteros e submarinos militares, foi o principal contribuidor para o crescimento dos gastos militares da região --2,4 bilhões de dólares do crescimento em termos reais da região de 3 bilhões de dólares.

De acordo com o instituto sueco, o Brasil, cujos gastos militares subiram 9,3 por cento no ano passado ante 2009, "está proativamente buscando projetar seu poder e influência além da América do Sul por meio da modernização de seu setor militar".

Segundo o Sipri, a situação econômica na América Latina, região que não foi duramente afetada pela crise econômica global, também ajuda a explicar a alta nos gastos militares da América do Sul. Outro fator é a participação significativa que salários e pensões do setor militar têm em alguns países da região.

Para o instituto, as compras de armas por países sul-americanos, que têm registrado altas recentes, devem diminuir nos próximos anos.

O governo da presidente Dilma Rousseff, por exemplo, tem sinalizado que deve deixar para o ano que vem a decisão sobre a compra de novos caças para a Força Aérea Brasileira, processo iniciado em 2008.

Apesar da cifra recorde dos gastos militares globais, os pesquisadores do Sipri apontaram desaceleração no crescimento, de 5,9 por cento em 2009, para 1,3 por cento no ano passado.


A redução no ritmo do crescimento global é consequência da crise econômica iniciada em 2008 que levou a medidas de austeridade por vários governos, o que impactou nos gastos com forças armadas, disse o instituto.

Os Estados Unidos, que mantêm custosas operações militares no Iraque e Afeganistão, aumentaram seus gastos em 2,8 por cento, para 698 bilhões de dólares, cerca de seis vezes mais que a China, segundo lugar no ranking de maior gasto militar. Grã-Bretanha, França e Rússia aparecem em seguida. Em 2009, os gastos militares dos EUA subiram 7,7 por cento.

"Os EUA aumentaram seus gastos militares em 81 por cento desde 2001", afirma o relatório.

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