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Gasto público do Brasil com saúde é inferior à média mundial

Em 2012, em média, os países desenvolvidos destinaram US$ 2,8 mil a cada um de seus cidadãos, enquanto o Brasil destinou US$ 512

Arthur Chioro: a OMS também diz que, no Brasil, quem paga pela saúde é o paciente, por meio de planos de saúde ou gastos privados; 47,5% da conta final é arcada pelo poder público, contra 52,5% da conta para o cidadão (Valter Campanato/ Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2015 às 16h42.

São Paulo - O governo brasileiro destina por ano à saúde de cada cidadão menos do que a média mundial. Os dados estão sendo publicados pela Organização Mundial da Saúde ( OMS ) e apontam que mais da metade da conta da saúde de um brasileiro continua sendo arcada pelo bolso do paciente.

Em média, os gastos públicos nos países ricos chegam a ser mais de cinco vezes o que o Estado brasileiro oferece.

O governo brasileiro destinou em média a cada cidadão US$ 512 por ano em saúde. O valor, referente a 2012, é quase cinco vezes superior ao que se investia em 2000, quando o gasto público com saúde era de apenas US$ 107 por ano.

Apesar do crescimento, a constatação da OMS é de que os valores continuam abaixo da média mundial. Segundo a entidade, os gastos públicos com saúde no mundo em 2012 foram de US$ 615,00 por pessoa.

A disparidade com os gastos dos países ricos é ainda maior. Em média, os países desenvolvidos destinaram US$ 2,8 mil a cada um de seus cidadãos em contas de saúde. Em alguns casos, os gastos são mais de dez vezes superior aos do Brasil.

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Na Noruega, por exemplo, o Estado arcou em média com US$ 7,9 mil em saúde para cada um de seus cidadãos. No Japão, os gastos públicos chegam a US$ 3,9 mil por pessoa, contra US$ 6,3 mil em Luxemburgo e US$ 5,9 mil na Suíça.

Nos Estados Unidos, os gastos com saúde que acabam nas contas do Estado também são superiores às do Brasil. Em média, por ano, um americano consome US$ 4,1 mil do governo. Mesmo em Portugal, os gastos públicos são mais de duas vezes superiores aos do Brasil em termos per capita.

Do outro lado da classificação, a OMS revela que os gastos públicos na África continuam mínimos. No ano, um africano foi atendido por apenas US$ 53,00 em dinheiro público.

Bolso

Outra constatação da OMS é de que, no Brasil, quem paga ainda pela saúde é o paciente, por meio de planos de saúde ou gastos privados.

No País, 47,5% da conta final da saúde é arcada pelo poder público, contra 52,5% da conta para o cidadão.

Na média mundial, a proporção é exatamente a oposta: 57,6% dos gastos com saúde são arcados por governos, contra 42,3% pagos pelos cidadãos.

Apesar da diferença entre os gastos com a saúde no Brasil e a relação com o restante do mundo, a OMS aponta que o País tem feito certo progresso nos últimos anos. Em 2000, 4,1% do orçamento nacional do estado ia para a saúde. Em 2012, essa taxa chegou a 7,9%.

No mundo, porém, os dados da OMS revelam que em média governos destinam 14% de seus orçamentos nacionais para a saúde. Nos países ricos, a taxa é de 16,8%.

No total, 9,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro é destinado para a saúde em 2012, contra 7,2% em 2000.

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