Brasil

Galileo Educacional deixa 9,5 mil alunos sem informações

Estudantes da Universidade Gama Filho e da UniverCidade marcaram uma manifestação para o fim da tarde no centro do Rio

Alunos e pais de alunos se reúnem em frente a sede da UGF (Universidade Gama Filho), na Piedade, zona norte da cidade, após a decisão do MEC de descredenciar a Universidade Gama Filho e a UniverCidade (Tânia Rêgo/ABr)

Alunos e pais de alunos se reúnem em frente a sede da UGF (Universidade Gama Filho), na Piedade, zona norte da cidade, após a decisão do MEC de descredenciar a Universidade Gama Filho e a UniverCidade (Tânia Rêgo/ABr)

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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 18h50.

Rio - O presidente da Galileo Educacional, Alex Porto, responsável pelas duas universidades descredenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) no Rio, atacou o governo federal em entrevista na tarde desta terça-feira, 14, e pediu "paciência" aos alunos, que também criticaram a decisão do MEC.

Estudantes da Universidade Gama Filho e da UniverCidade marcaram uma manifestação para o fim da tarde desta terça-feira, 14, no centro do Rio. Um grupo de alunos viajou para Brasília com o objetivo de tentar uma audiência com a presidente Dilma Rousseff e propor uma solução alternativa. Eles querem ser transferidos para instituições federais de ensino.

Revoltados com a situação, estudantes tentavam buscar informações no prédio do grupo em que foi realizada a entrevista com dirigentes. Foram impedidos de entrar.

"Tenham um pouco de paciência, estamos trabalhando na reversão dessa situação. A decisão do MEC foi ilegal, arbitrária e esdrúxula. Estamos ingressando na Justiça e também com recurso administrativo. Queremos pedir desculpas pelos transtornos. Estamos em um processo de reestruturação nos últimos 12 meses e vamos regularizar a situação.

A garantia principal são os ativos imobiliários das instituições", disse o presidente da Galileo. Segundo ele, o grupo tem dívida total de R$ 900 milhões e imóveis avaliados em R$ 1 bilhão. Porto reconheceu que a situação financeira do grupo é "delicada", com mais despesas do que receitas, mas não revelou o montante do déficit financeiro mensal.


"O problema de recuperação não se resolve em doze meses. O plano de capitalização está em curso e depende de ajustes, mas temos convicção de que será finalizado", declarou dirigente.

Os 1.600 professores das duas universidades estão sem receber salário pelo menos desde setembro e, agora, com o descredenciamento, potencialmente desempregados. "Roubaram cinco anos da minha vida.

Não sei o que vou fazer agora. Trabalhei cinco anos para pagar a faculdade e não vou ter como pagar outra", disse a operadora de telemarketing Fernanda Silva Freitas, de 29 anos, que está no último período do curso de História. "O MEC alega que fechou por causa da má qualidade do ensino, mas o meu curso é um dos mais bem avaliados no Rio."

As portas de todas as unidades das duas instituições de ensino estão fechadas. O único canal de comunicação dos 9,5 mil alunos com o grupo Galileo, inclusive para pedidos de transferência, é por email: (reitoria@ugf.br).

No entanto, apenas 15 funcionários trabalham na chamada "força-tarefa" anunciada pelo grupo para atender os pedidos. Nas duas universidades, o cenário atual é de caos. Cadáveres em decomposição por falta de formol e notas não lançadas que ameaçam o ano letivo de alunos são apenas alguns dos problemas.

Cartazes foram colados por alunos na sede da Gama Filho do centro: "Queremos solução; descredenciamento não"; "Governo e Grupo Galileo contra a Educação"; "Mercadante é um covarde!"

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