Brasil

Fux condena 9 réus por lavagem de dinheiro

Assim como três ministros que o antecederam, Fux votou pela absolvição, por falta de provas, da ex-vice-presidente do Rural Ayanna Tenório

O ministro do STF Luiz Fux: o julgamento foi interrompido novamente, desta vez por um pedido de vista de Luiz Fux (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O ministro do STF Luiz Fux: o julgamento foi interrompido novamente, desta vez por um pedido de vista de Luiz Fux (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2012 às 17h32.

Brasília - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux concordou integralmente com o voto do ministro Joaquim Barbosa, relator do mensalão, e votou pela condenação de nove dos dez réus acusados de lavagem de dinheiro. O ministro considerou culpados: o publicitário Marcos Valério; seus antigos sócios Cristiano Paz e Ramon Hollerbach; o ex-advogado das agências de Valério Rogério Tolentino; a ex-diretora e a ex-gerente financeira da agência de publicidade de Valério, a SMP&B, respectivamente, Simone Vasconcellos e Geiza Dias; e os dirigentes e ex-dirigentes do Banco Rural Kátia Rabello, Vinícius Samarane e José Roberto Salgado.

Assim como três ministros que o antecederam, Fux votou pela absolvição, por falta de provas, da ex-vice-presidente do Rural Ayanna Tenório. No início do seu voto, o ministro disse que somente com a ajuda do banco o esquema de lavagem de dinheiro operado pelo grupo de Valério ocorreu. "Tenho a impressão que ficou muito claro que, não fosse a estrutura do Banco Rural, o núcleo publicitário não teria conseguido colocar o esquema em prática", disse.

O ministro afirmou que a intimidade que Geiza Dias, ex-gerente financeira da SMP&B, mantinha com funcionários do Rural na hora de fazer a provisão de recursos para os saques de políticos é, ao contrário do que entende Rosa Weber, motivo para condená-la por lavagem de dinheiro. Isso demonstra que ela sabia, sim, do esquema de ocultação de recursos. "Essa pessoa, não é possível, que não tenha a consciência da ilicitude", afirmou. Ele ressaltou que Geiza se despedia mandando "beijo" a um funcionário que, em resposta, dizia que iria ter um "infarto" por causa das operações. "Quem tem infarto não manda beijo. Quem manda beijo não tem infarto", ironizou.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Oito pontos para entender a decisão de Dino que suspendeu R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão

Ministro dos Transportes vistoria local em que ponte desabou na divisa entre Tocantins e Maranhão

Agência do Banco do Brasil é alvo de assalto com reféns na grande SP

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ