Funcionários de viação do Rio param após 3 meses sem salários
Cerca de cem funcionários da Viação Litoral Rio, que atende diariamente 65 mil usuários, paralisaram suas atividades
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de fevereiro de 2018 às 16h24.
Rio - Cerca de cem funcionários da Viação Litoral Rio paralisaram suas atividades na manhã desta quarta-feira, 21, na capital fluminense. As linhas funcionaram normalmente até por volta de 7h, quando os carros deixaram de sair da garagem.
A empresa afirma que está negociando com os rodoviários para retomar a circulação da frota e que espera a normalização dos serviços a partir do início da tarde. A frota da Viação Litoral é composta de 135 carros e atende 11 linhas - diariamente, são 65 mil usuários pagantes.
Segundo o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio), Sebastião José, os 826 trabalhadores da Viação Litoral Rio estão há três meses sem receber seus salários, há seis meses sem ticket alimentação, há um ano sem receber pelas férias e receberam apenas metade do 13º salário de 2017.
"Estamos numa situação de total falência do setor", afirmou. Ele ressalta que o caso da Litoral Rio não é único e que há, pelo menos, outras cinco empresas de transporte cariocasrespondendo processos por atraso nos salários e benefícios de seus funcionários.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa ecoa a fala do sindicato. "Esta paralisação é mais um reflexo da maior crise das empresas de ônibus do Rio de Janeiro, agravada por congelamentos da tarifa e reduções no valor da passagem, determinadas pela Justiça".
O caso da Litoral Rio se desenrola desde agosto de 2017, quando os funcionários realizaram a primeira paralisação por conta dos atrasos. A segunda paralisação veio em novembro e esta de fevereiro é a terceira. Sebastião José afirma que a soma de tudo o que a empresa deve a seus funcionários supera R$ 2 milhões.
A Litoral Rio apresentou, na Justiça uma proposta de parcelamento desse valore a contrapartida da classe rodoviária foi de que a quantia atrasada seja paga em, no máximo 24 vezes, junto à garantia de que não haja nenhuma demissão.
A última audiência entre as duas partes foi na segunda-feira, 19, e, de acordo com o presidente da Sintraturb, o posicionamento da Litoral Rio foi de não aceitar a contrapartida dos funcionários, o que culminou com a paralisação desta quarta.