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Frio faz dobrar antendimento a moradores de rua em SP

Segundo a Defensoria Pública, nas últimas semanas, com a intensificação do frio, o número passou de uma média semanal de 120 para 240 atendimentos


	Frio: os moradores de rua têm buscado mais o órgão nesse período de frio intenso para conseguirem vagas em centros de acolhida
 (Nacho Doce / Reuters)

Frio: os moradores de rua têm buscado mais o órgão nesse período de frio intenso para conseguirem vagas em centros de acolhida (Nacho Doce / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2016 às 16h50.

Entre janeiro e maio deste ano, a Defensoria Pública de São Paulo atendeu 1.098 pessoas em situação de rua na capital paulista.

Segundo o órgão, nas últimas semanas, com a intensificação do frio, o número de pessoas atendidas dobrou, passando de uma média semanal de 120 para 240 atendimentos.

Para o defensor público Marcelo Dayrell Vivas, coordenador do Atendimento Inicial, moradores de rua têm buscado mais o órgão nesse período de frio intenso para conseguirem vagas em centros de acolhida.

Segundo Dayrell, a Defensoria tem conseguido sucesso em obter essas vagas e encaminhamentos aos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sem necessidade de ação judicial.

De acordo com ele, a maior parte das pessoas com demandas relacionadas a abrigos ou centros de acolhida reclamam que não há vaga fixa no local, o que implica não poder contar com armário para guardar seus bens e a falta de garantia de voltar à noite ao mesmo local e encontrar vaga, o que depende da fila na unidade e de seu horário de chegada.

Algumas pessoas reclamam também de terem vivenciado situações de discriminação nesses locais, seja pelo fato de viverem em situação de rua ou por orientação sexual ou racismo.

De maneira geral, as pessoas em situação de rua procuram a Defensoria em busca de documentos, moradia, inclusão ou exclusão de albergues e benefícios assistenciais.

Do total dos atendidos, 87% são homens e 13% mulheres; além disso, 61% vivem em albergues, 32% em situação de rua, 1% em ocupações e 6% em alguma outra condição.

Segundo um censo realizado em 2015 com a população em situação de rua na capital, elaborado pela prefeitura, há 15.905 pessoas vivendo nessa condição na cidade.

Desse total, apenas 8.570 (54%) estavam em centros de acolhida. Na cidade, existem 79 centros de acolhida da capital, com 10 mil vagas fixas.

Segundo a prefeitura, essa rede foi ampliada para o inverno, com mais 13 espaços emergenciais que oferecem 1.517 vagas.

De acordo com a prefeitura, desde o dia 16 de maio, quando a Operação Baixas Temperaturas foi iniciada, foram feitos mais de 250 mil acolhimentos de pessoas em situação de rua.

No último fim de semana, entre a noite de sexta-feira (10) e a manhã de segunda-feira (13), foram mais de 31.739 acolhimentos. Entre segunda (13) e terça (14), informou a prefeitura, ocorreram 11.268 acolhimentos.

O atendimento na Defensoria Pública é feito de segunda a quinta-feira, das 8h as 12h, na Rua Boa Vista, 150, no centro da capital.

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