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França escolhe GE para Alstom, mas diz que ainda há trabalho

País rejeitou uma oferta conjunta da Siemens e Mitsubishi Heavy Industries


	Operário da Alstom trabalhando na fábrica para produção de turbinas em Rugby, no Reino Unido
 (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

Operário da Alstom trabalhando na fábrica para produção de turbinas em Rugby, no Reino Unido (Chris Ratcliffe/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 19h13.

Paris - A França escolheu a General Electric para formar uma aliança com a Alstom nesta sexta-feira, rejeitando uma oferta conjunta da Siemens e Mitsubishi Heavy Industries, mas disse que o acordo ainda precisava de algum trabalho e acrescentou que vai comprar uma participação de 20 por cento na disputada empresa.

O ministro da Economia, Arnaud Montebourg, divulgou que havia usado um decreto recém-criado para rejeitar as duas ofertas existentes como não sendo de interesse estratégico da França, e afirmou que havia formulado novas demandas para o presidente-executivo da GE, Jeff Immelt.

A decisão encerrou semanas de suspense em torno de uma das mais ferozes batalhas da indústria na Europa em anos, mas deixou grandes questões em aberto sobre a forma definitiva de uma aliança que a GE espera que irá abrir acesso a novos mercados de energia.

"Os pontos que levantamos com a General Electric são precisos e técnicos, mas necessários", disse Montebourg em entrevista coletiva após dois dias de negociações envolvendo os chefes das três companhias interessadas, além do presidente François Hollande e de seus principais ministros.

Ele disse que a França tinha exigido condições estritas para "garantir a independência energética, a criação de empregos em território nacional e a manutenção de centros de decisão na França."

Ele também afirmou que a oferta de Siemens e Mitsubishi Heavy Industries (MHI) era "muito séria" e que ele tinha pessoalmente apoiado a proposta, mas que o governo "tinha feito a sua cabeça."

"As ofertas tinham igual qualidade mas a verdade é que as negociações estavam muito mais avançadas entre Alstom e GE", disse um assessor de Hollande.

A Siemens disse que respeitava e entendia os esforços da França para preservar seus interesses nacionais.

A Mitsubishi Heavy Industries disse que lamentava a decisão mas que buscava continuar cooperando com outras companhias francesas como faz com o grupo nuclear Areva.

Alstom e GE se recusaram a comentar o assunto. Montebourg acrescentou que entendia que o Conselho da Alstom iria se reunir mais tarde nesta sexta-feira e dar seu ponto de vista.

O Conselho da Alstom deverá decidir sobre o negócio na segunda-feira, quando o prazo para a oferta da GE expira.

Montebourg confirmou que o lucrativo braço de turbinas a gás da Alstom será comprado pela GE e disse que haverá discussões sobre o formato de joint ventures em outras áreas que vão de energia nuclear a renovável.

Ele disse que o Estado francês será o principal acionista da Alstom através da compra de uma participação de 20 por cento da Bouygues, atualmente titular de 29 por cento da companhia.

No entanto, o governo e a Bouygues ainda têm de chegar a acordo sobre o preço da fatia, afirmaram fontes com conhecimento das negociações. Baseada no atual valor de mercado da Alstom, uma participação de 20 por cento valeria 1,7 bilhão de euros (2,32 bilhões de dólares).

Um porta-voz da Bouygues não quis comentar.

A Bouygues comprou sua fatia do governo em 2006, depois que a Alstom foi resgatada de uma quase falência em 2004 por um programa do governo.

A Bouygues comprou a fatia por cerca de 2 bilhões de euros com o objetivo de criar um player líder em infraestrutura nuclear.

As atividades nucleares sensíveis da Alstom serão tocadas em uma joint venture de partes iguais com a GE, com 50 por cento cada, na qual o Estado francês deterá uma participação com poder de veto, disse o ministro francês.

A GE vai vender seu negócio de sinalização ferroviária para a Alstom como parte dos planos para fortalecer as atividades de transporte do grupo francês, fabricante dos famosos trens de alta velocidade TGV.

Montebourg sinalizou que o negócio de sinalização ferroviária foi avaliado em "um bilhão de dólares ou euros, não tenho certeza". Ele não deu outros detalhes durante a coletiva de imprensa.

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