Foto mostra os 39kg de cocaína apreendidos com militar na Espanha
O sargento, preso em 25 de julho em Sevilha, levava em sua bagagem de mão 37 pacotes da droga
Clara Cerioni
Publicado em 3 de julho de 2019 às 10h33.
Última atualização em 3 de julho de 2019 às 10h39.
São Paulo — O jornal espanhol El País divulgou nesta quarta-feira (03) uma foto dos 39 quilos de cocaína apreendidos na bagagem do militar brasileiro Manoel Silva Rodrigues, em 25 de julho, em Sevilha, na Espanha .
O sargento viajava na comitiva de apoio do presidente Jair Bolsonaro que tinha como destino a cidade de Osaka, no Japão, onde aconteceu o encontro do G20.
De acordo com o veículo, a droga estava em 37 pacotes quase todos enrolados em fita de cor bege e não havia mais nada dentro da bagagem. A foto foi tirada junto ao raio-x que permitiu que os agentes detectassem facilmente o conteúdo da mala.
Autoridades da Guarda Civil da Espanha avaliaram em 1,3 milhão de euros (cerca de 5,6 milhões de reais) o montante transportado pelo sargento.
A polícia investiga, agora, qual era o destino dos entorpecentes e por qual razão o militar estava carregando os 37 pacotes. As autoridades não descartam que a cocaína ficaria na Espanha e avaliam que o militar poderia ser uma “simples mula de uma organização de traficantes”.
Após ser detido, o sargento teve a prisão provisória decretada por um tribunal de Sevilha, sem possibilidade de fiança, acusado de crime contra a saúde pública — que é como o Código Penal do país descreve esse tipo de delito.
Investigação brasileira
A FAB comunicou na semana passada que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado para esclarecer o fato e que as investigações seguirão em sigilo.
Nesta terça-feira (02), Bolsonaro anunciou que uma equipe será enviada a Sevilha para ouvir o sargento detido. “O comandante instaurou inquérito policial militar. Outras investigações estão sendo feitas. Estamos fornecendo informações à polícia da Espanha. O mais breve possível uma equipe nossa irá para ouvir o sargento lá”, disse.
Além disso, o presidente classificou a situação como traição e “lamentou” que o caso não tenha acontecido na Indonésia, onde há pena de morte nesses casos.