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Foster diz que Pasadena foi potencialmente boa até 2008

A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a compra da refinaria de Pasadena foi um negócio potencialmente bom até 2008

Graça Foster, presidente da Petrobras: segundo ela, a aquisição estava de acordo com os objetivos da Petrobras na época (Wilson Dias/ABr)
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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2014 às 12h59.

Brasília -A presidente da Petrobras , Graça Foster , disse hoje (30) que a compra da refinaria de Pasadena , no Texas (EUA), foi um negócio “potencialmente bom” até 2008 em função das condições econômicas do período com crescente consumo de derivados e margens de lucro otimistas.

Segundo ela, o negócio tem que ser analisado em dois momentos.

O segundo seria pós-2008, quando a refinaria passou a ter baixo retorno para a estatal brasileira.

“As margens foram reduzidas porque o mercado caiu, porque não fizemos o revamp da refinaria [investimentos necessários para aumentar o refino da média de 30 a 60 mil barris para 100 mil barris diários] e o mercado compra menos”, explicou.

A presidente da Petrobras que definiu a compra da refinaria como um “mau negócio”, ao falar com senadores no último dai 15, disse que a decisão da estatal foi tomada a partir de estudos de consultorias contratadas pela estatal que apresentaram ressalvas que não comprometiam o negócio.

Segundo ela, a aquisição estava de acordo com os objetivos da Petrobras na época.

“A orientação em 1999, confirmada em 2004, era que tínhamos que expandir o refino fora do Brasil”, disse ela, ao citar as compras de outras refinarias na Argentina e Bolívia. Hoje, a Petrobras mantém três refinarias no exterior, incluindo Pasadena, que somam um refino de 230 mil barris por dia.

“A Petrobras produzia mais petróleo pesado. Era um petróleo descontado. Na hora de comercializar tinha que fazer desconto para refinadores. Por isso, foi correta a estratégia de levar esse petróleo para o exterior”, completou.


Pelas contas apresentadas hoje (30), em uma audiência pública conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e Controle e de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, Graça Foster disse que a estatal brasileira pagou US$ 554 milhões pela refinaria e US$ 341 milhões pela trading com o grupo belga Astra Oil, além de outros US$ 354 milhões que foram gastos com outras aquisições.

“A Astra pagou por Pasadena, [em valor] estimado, US$ 360 milhões.”

Segundo ela, o valor pago pelos belgas inclui a aquisição de estoques da refinaria que custaram US$ 104 milhões, além dos pagamentos mensais feitos para elevar a carga de refino, que variava entre 30 a 60 mil barris refinados por dia para 100 mil barris.

O dinheiro foi gasto em contratos de serviços e equipamentos. Os números foram levantados por uma Comissão Interna de Apuração da Petrobras deve ser concluído nas primeiras semanas de maio.

A presidente da estatal lembrou que a Petrobras investiu US$ 685 milhões em Pasadena e que o negócio resultou em baixas nos anos de 2008, 2009 e 2012, totalizando US$ 530 milhões.

“[Isso] porque não fizemos o revamp [investimentos necessários para aumentar o refino para 100 mil barris]. O projeto não foi realizado e não captamos a margem. Ainda houve queda de margem do refino e do consumo.”

Graça Foster explicou que as perdas registradas podem ser revertidas, mas isso dependerá de uma reação do mercado, com melhora da margem de refino e aumento de consumo de derivados.

Além disto, a Petobras, segundo ela, mantém avaliação constante sobre o retorno de investimentos no exterior ou no mercado interno para decidir o que é mais lucrativo para a empresa.

São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das ações despencando e produção de petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
  • 2. Investigação sobre propina

    2 /11(Sérgio Moraes/Reuters)

  • Veja também

    Em fevereiro, ex-funcionários da holandesa SBM, que aluga navios-plataformas, fizeram denúncias que apontam que empregados da Petrobras receberam propina para fechar negócios. O processo indica que funcionários e intermediários da petroleira receberam cerca de 140 milhões de dólares. A Petrobras abriu uma auditoria interna para apurar as denúncias. Segundo Graça, os primeiros resultados da auditoria levaram 30 dias para sair. A Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados aprovou hoje requerimento para que a empresa esclareça tais irregularidades.



  • 3. Endividamento bilionário

    3 /11(REUTERS/Nacho Doce)

  • A captação de  8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.

  • 4. Queda da produção

    4 /11(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    Em 2013, a produção de petróleo da Petrobras caiu 2,5% no Brasil. Neste ano, em janeiro, a produção também recuou.  No primeiro mês do ano, a produção total de petróleo e gás natural ficou 2,2% abaixo do total produzido em dezembro de 2013, quando atingiu 2,36 milhões de barris de óleo equivalente por dia. Segundo a empresa, a interrupção da produção em duas unidades instaladas na Bacia de Campos e a venda de participação no Parque das Conchas impactaram a produção do período.


  • 5. Multa bilionária

    5 /11(REUTERS/Sergio Moraes)

    Entre outubro de 2013 e janeiro deste ano, a Petrobras recebeu cinco autuações da Receita Federal que somam 8,7 bilhões de reais. As informações estão no prospecto preliminar publicado na Securities and Exchange Comission (SEC), regulador do mercado de capitais da América do Norte. A Petroleira informou que já apresentou recursos em todos os casos. O processo ainda está em fase de julgamento.

  • 6. Ações despencaram

    6 /11(Alexandre Battibugli/EXAME)

    No final do mês passado, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram  para o menor nível desde 2005 após a divulgação de que a dívida líquida da empresa havia crescido 50% no último ano. Os papéis preferenciais da empresa tiveram a maior queda da bolsa de São Paulo no dia 26 de fevereiro. As ações fecharam o dia cotadas a 13,70 reais, seu menor valor desde 27 de dezembro de 2005.

  • 7. Valor de mercado menor

    7 /11(Dado Galdieri/Bloomberg)

    A Petrobras foi a empresa que mais encolheu em valor de mercado no mês de fevereiro deste ano.
    Segundo dados da consultoria Economática, a estatal perdeu 12 bilhões de reais no mês passado na bolsa brasileira, período no qual o Ibovespa recuou 1,14%. Boa parte da queda é atribuída aos maus resultados de 2013 apresentados pela empresa.

    No final de fevereiro, o valor de mercado da estatal era de 172,8 bilhões de reais.

  • 8. Preço do dólar divergente

    8 /11(Bruno Domingos/Reuters)

    Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.

    A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
  • 9. Preço do combustível

    9 /11(Divulgação/Petrobras)

    A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico  reajuste no preço do combustível.

    A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.

  • 10. Independência do governo

    10 /11(Francois Lenoir/Reuters)

    No mês passado, Silvio Sinedino, funcionário da Petrobras há 26 anos e presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet), ganhou o direito de ocupar uma cadeira no conselho de administração da estatal. Ao que tudo indica, Sinedino quer deixar claro que os funcionários da companhia não compactuam com a ideia de que as decisões da empresa teriam de estar totalmente alinhadas às decisões do Governo Federal. Hoje o conselho da Petrobrás é formado por dez membros, sete indicados pelo governo, um pelos acionistas minoritários de ações minoritárias, um pelos acionistas de ações preferenciais e um pelos empregados.





  • 11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país

    11 /11(AGÊNCIA BRASIL)

  • Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCaso PasadenaCombustíveisEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEnergiaEstatais brasileirasExecutivos brasileirosGraça FosterIndústria do petróleoMulheres executivasPetrobrasPetróleo

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