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Flávio Dino afirma que ainda há 'obstáculos' ao fim do orçamento secreto

Avaliação do ministro do STF aparece em decisão divulgada nesta quarta; ele deu 72 horas para a CGU apresentar um relatório sobre os dez municípios que mais receberam emendas

Brasília (DF), 22/02/2024, O Supremo Tribunal Federal (STF) realiza sessão solene de posse do novo ministro da Corte, Flávio Dino. Foto: Valter Campanato/Agência Brasil (Valter Campanato/Agência Brasil)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de setembro de 2024 às 11h05.

Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 11h20.

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que "remanescem obstáculos ao integral cumprimento da decisão" que considerou inconstitucional o chamado orçamento secreto.
Dino considerou que isso ocorre devido à falta de identificação dos parlamentares que indicaram emendas de relator e de comissão.

A avaliação de Dino consta em decisão desta quarta-feira, na qual ele atendeu a um pedido da Advocacia-Geral da União (AGU) e deu mais 72 horas para a Controladoria-Geral da União (CGU) apresentar um relatório sobre os dez municípios que mais receberam emendas proporcionalmente pelo número de habitantes. A elaboração desse relatório foi uma das determinações de Dino após audiência de conciliação no início de agosto.

Na decisão desta quarta, o ministro apontou trechos da manifestação da AGU que indicariam a continuidade de práticas semelhantes ao do orçamento secreto. O governo relatou que havia a indicação de emendas de relator (que foram proibidas pelo STF) sem o registro dos parlamentares que efetivamente foram os autores.

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Já sobre as emendas de comissão, a manifestação diz que os portais de transparência "não informam, contudo, o nome do congressista que patrocina a indicação a cada beneficiário específico, mas atribuem, genericamente, a autoria da emenda RP 8 a tal ou qual comissão parlamentar".

No mês passado, Dino determinou que as emendas de comissão e os restos a pagar das antigas emendas de relator só podem ser pagas pelo Poder Executivo quando houver "total transparência e rastreabilidade" dos recursos.

Na nova decisão, o ministro disse que a continuidade de execução dessas emendas, incluindo restos a pagar, depende do "integral cumprimento da decisão de mérito na presente ação no que se refere à transparência e à rastreabilidade dos recursos públicos".

Em relação à ampliação do prazo para a apresentação do relatório da CGU, Dino afirmou que o órgão "tem se mostrado diligente, até o presente, no cumprimento das determinações deste Supremo Tribunal", e por isso não viu "qualquer prejuízo à razoável duração do processo" na prorrogação.

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