Pandemia de covid-19: "Caso o país, neste momento, intensifique a oferta de vacinas, conseguiremos, em tese, impedir a transmissibilidade do vírus de forma comunitária por algum tempo", dizem os especialistas (Bruna Prado/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 09h53.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 09h59.
A atual fase da pandemia de covid-19 no Brasil, provocada pela Ômicron, pode ser encarada como "uma janela de oportunidades". É o que dizem pesquisadores do Observatório Covid-19 Fiocruz no novo boletim divulgado na manhã desta quarta-feira.
Apesar das "controvérsias e incertezas ainda existentes", os cientistas consideram que "a explosão de casos cria temporariamente uma legião de pessoas com resposta imune ao vírus" e que, mesmo a proteção sendo de curta duração, "isso significa que, por algum tempo, haverá centenas de milhares de pessoas ao mesmo tempo imunes a uma nova infecção".
Eles sugerem que uma alta cobertura vacinal associada a este cenário de número elevado de infecções — e consequentemente de resposta imune — poderia reduzir o número de casos, internações e óbitos pelo doença, e até mesmo bloquear a circulação do vírus no país, já que o número de pessoas suscetíveis à infecção seria menor, mesmo que temporariamente.
Os cientistas dizem que esse momento da pandemia pode "representar uma oportunidade de readequação do sistema de saúde para o atendimento de casos mais graves e o acompanhamento de pessoas infectadas com sintomas mais leves". E para que isso ocorra, afirmam que "é necessária a implementação de práticas de telessaúde, testagem estratégica de casos suspeitos e seus contatos, bem como o reforço de estruturas hospitalares e ambulatoriais".
"Caso o país, neste momento, intensifique a oferta de vacinas, conseguiremos, em tese, impedir a transmissibilidade do vírus de forma comunitária por algum tempo", dizem os especialistas. Para que isto ocorra, eles listam quatro estratégias de saúde: